Como prevenir a depressão

Por Luiz Marcelo Pierro 17/09/2019 - 10:54 hs

 

Sabidamente, o aumento da expectativa de vida trouxe doenças que antes não conhecíamos. Além disso, o avanço da medicina nos fez diagnosticar doenças com mais precocidade. E um exemplo disso é a depressão.

Depressão é uma doença de ordem psicológica que pode ter consequências graves ao organismo. Não é apenas um fator que leva a depressão, mas sim aspectos químicos e psicológicos. Esse transtorno afeta 121 milhões de pessoas em todo o mundo e está entre as principais causas de incapacidade no mundo. 

Na adolescência tem uma incidência de 15% a 20% da população desta idade, sendo mais frequente ainda entre pessoas do sexo feminino. Nesta fase, a depressão figura em um período de transição, em que se tem o luto da infância e se coloca a prova todos os desafios das mudanças do crescimento. É nesta fase que o adolescente quer autonomia, mas tem medo de tê-la. Conflitos com as figuras parentais, necessidade de integração num grupo de pares ou inseguranças de gênero, deixam no adolescente uma marca de solidão e incompreensão por vezes difícil de entender. As alterações hormonais e os diferentes aspectos psicológicos também contribuem para o quadro depressivo na infância. 

 

Muitos adultos apresentam uma depressão que se inicia na adolescência. Claro que existem fatores como temperamento, capacidade de lidar com stress, situações de conflito familiares, alterações genéticas, ansiedade, hiperatividade e muitas outras situações que expõe o adolescente/adulto durante sua vida. A falta de controle sobre essas situações podem contribuir para o desenvolvimento da depressão. Dificuldade de aprendizagem como ocorre no insucesso escolar, dificuldade de socializar e o bullying são fatores de risco traumáticos a desenvolver depressão. 

Nos adultos, a depressão é multifatorial, oscilam em função da idade e podem ser complexos. Segundo especialistas portugueses, a doença surge de uma conjugação de fatores que englobam a vulnerabilidade genética, as características da personalidade, as vivências na infância, o ambiente social, características psicológicas e os próprios fatores biológicos que envolvem atividade neuronal responsável pelo humor. Nestes casos, a depressão ocorre por volta dos 25 anos, sendo mais grave nos pacientes com idade entre 18 e 44 anos. 

Outro tipo de depressão bastante conhecida é a depressão pós-parto. Ela é ligada a alterações hormonais que, ligadas a fadiga pela rotina da mãe com o bebê, podem desencadear um quadro profundo da doença. Ela acomete de 11% a 13% das mulheres durante a gravidez e até o primeiro trimestre pós-parto. 

Segundo estudos, 50% das mulheres no período pós-parto são afetadas pelo chamado "Baby Blues". Esse fenômeno inclui choro fácil, irritabilidade, tristeza, ansiedade e alteração do sono e do apetite. Tal patologia está associada a depressão mais futuramente.

Como prevenir?

 

Confie em sua capacidade, valorize suas aptidões e capacidades, que são o que nos tornam únicos. Cada um tem sua característica, sem ser melhor ou pior em comparação aos outros. Para alcançar essa confiança, devemos traçar um nível adequado de exigência em tarefas que desempenhamos, considerar erros como algo normal e ter consciência de que são o melhor meio de aprender. 

Fique rodeado de pessoas que te façam bem, que te valorizem, respeitem e o faça sentir melhor por reconhecer suas aptidões e defeitos. Dedique um tempo para pensar sobre as pessoas que fazem parte da sua vida.

Exercite-se regularmente, esse é um antidepressivo natural. Atividade física, terapia comportamental cognitiva e certos medicamentos mostram efeitos parecidos. Cerca de 50% dos pacientes com depressão podem ter recorrência, e a atividade física é um bom meio de evitar essa recidiva.

Procure serviço médico quando necessário. Sempre que a doença for diagnosticada no início, o tratamento se torna mais fácil e mais rápido. Um forte abraço.