Coronavírus x classe artística
Como pode um vírus ter tido um efeito tão devastador, fazendo com que as pessoas no mundo todo não pudessem exercer plenamente um dos direitos mais básicos do ser humano, o de “ir e vir”? O coronavírus mudou completamente as nossas vidas e hábitos nos últimos meses e tem sido um desafio para muitas pessoas, sobretudo para nós, da classe artística, bastante afetada com esta situação indesejável.
Com o desenvolvimento da pandemia, acabamos sendo os primeiros a parar de trabalhar e, quando tudo se normalizar, seremos os últimos a voltar a atuar normalmente. E sabe-se lá quando isso vai acontecer, pois mesmo que o processo de flexibilização das últimas semanas traga resultados, muitos de nossos contratantes não terão condições de nos empregar em seus espaços, pois a receita arrecadada muita vezes mal consegue suprir suas despesas.
É verdade que diante deste novo cenário tivemos que nos reinventar e quebrar alguns tabus. Evoluímos nossos conhecimentos digitais e, como não poderíamos ficar longe do que mais gostamos, começamos a realizar apresentações pela internet, nas famosas “Lives”, como forma de continuarmos sobrevivendo. Entretanto, mesmo nesta nova modalidade, pudemos perceber o quanto há de desigualdade em nosso meio.
Nesse período, o grande público encontrou um novo atrativo, mesmo ficando em casa, ao assistir seus cantores e artistas favoritos em suas próprias Lives, cheias de produção e patrocinadores e que foram um enorme sucesso. Porém, a realidade de muitos artistas menos conhecidos tem sido totalmente diferente. Muitos músicos, como eu, precisaram realizar essas apresentações digitais com cachê solidário e de forma bastante simples, contando com alguns apoiadores e também com a solidariedade de nossos amigos e fãs, para utilizá-las como ferramenta de trabalho.
Claro que, no meio disso tudo, conseguimos usar a criatividade. Para o meu público, propus o “Desafio da Quarentena”, onde eu produzia um vídeo individual para cada seguidor que me fazia um pedido. Vídeos personalizados para datas comemorativas também foram uma boa sacada.
E algumas boas iniciativas também surgiram. Os editais realizados pela Secretaria Municipal de Cultura para projetos culturais, dentro deles o PROAC Municipal, FAFC e agora a Lei de emergência cultural Aldir Blanc, sancionada em 29 de junho, são ações que garantem mais benefícios para a classe.
Assim, vamos vendo 2020 passar, usando a criatividade e dependendo de um auxílio emergencial do governo, que é dado como uma gorjeta, pois nunca sabemos quando iremos receber, de doações de amigos e sempre tirando um coelho da cartola para vencer a crise. Mas quanto tudo passar, tenho certeza de que seremos seres humanos melhores, pois assim como eu, vi muitos artistas utilizando suas apresentações para arrecadar alimentos e produtos de higiene pessoal, e doando àqueles que precisam mais que nós.
A Covid-19 veio para mostrar que neste momento somos todos iguais, mesmo com a desigualdade social.
Aproveite e reflita sobre este refrão da música “Trem Bala”, de Ana Vilela.
“Segura teu filho no colo
Sorria e abraça os teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir”.
Não saia de casa, use a máscara, lave as mãos, use o álcool gel e respeite o distanciamento. Prevenir em primeiro lugar.
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