Chiarotti Porcelanas - Sessenta anos de tradição e qualidade que se misturam com a história de Mauá

Por Portal Opinião Pública 07/11/2019 - 13:51 hs
Foto: Divulgação

 

Pioneirismo. Essa é a palavra que define, perfeitamente, o trabalho iniciado há 60 anos pela família Chiarotti, fundadora da Chiarotti Porcelanas, em Mauá. Atualmente comandada pela empresária Leda Chiarotto, parte da terceira geração do clã, a empresa iniciou a fabricação de produtos de porcelana para laboratórios no país, atividade que fez do nome desta família referência em várias partes do mundo. 

Segundo Leda, a história do clã no ramo da fabricação de produtos de porcelana para laboratórios começou de forma inusitada. Era o início da década de 1960 quando seu avô, Rinaldo Chiarotti, que havia trabalhado na Cerâmica Cerqueira Leite LTDA, recebeu o pedido de um cliente para a fabricação de um pequeno produto chamado navícula. Ceramista de profissão, ele aceitou o desafio e, utilizando seus momentos de folga no período noturno e aos fins de semana, começou a desenvolver a peça em sua própria casa. O que ele talvez não imaginasse era o que viria a seguir. 

Observado por seu filho, Nelson (pai de Leda), enquanto produzia a navícula, Rinaldo foi abordado pouco depois por ele para discutirem uma ideia. “O meu pai era superintendente da Uniroyal e falou para meu avô: ‘vamos ver o que mais vem da Alemanha e vamos tentar fazer?’. Então, começaram a desenvolver as massas (utilizadas para a fabricação dos itens)”, recordou Leda. Nascia ali a Chiarotti Porcelanas. 

À medida que os testes caseiros promovidos por pai e filho evoluíam, com a criação de uma massa cada vez melhor e mais propícia para a fabricação das peças, mais pedidos chegavam de novos clientes, dada a necessidade de uso destes produtos para a realização de testes em laboratório de metalurgia. Na época, itens como navículas, cadinhos e isoladores de média e baixa voltagem só eram conseguidos via importação da Alemanha. Assim, a Chiarotti Porcelanas precisou encontrar um lugar para se instalar, mudando-se para a chácara da família, no Jardim São João. 

Dali em diante, a companhia só cresceu, graças ao “know-how” obtido por Rinaldo e Nelson na fabricação das massas. Com isso, a empresa especializou-se na produção das peças, tornando-se referência no país ao focar especialmente na qualidade daquilo que era feito. Aliás, isso virou um lema para todas as áreas da companhia. 

“A Chiarotti pensou da seguinte forma: nós não temos preço, nós temos qualidade. Se um cliente, por alguma razão, tem uma peça que quebra, mandamos para ele sem custo algum a mesma peça. Então, nosso pós-venda é até melhor do que a venda”, afirma Leda, que garante o uso de matérias primas de primeira para a produção de todos os artefatos existentes no catálogo da empresa. 

Hoje, a Chiarotti Porcelanas está estabelecida no polo industrial ACIBAM, atende diversos mercados importantes para a indústria brasileira, possui os principais certificados que atestam a qualidade de seus produtos, como o Sistema de Qualidade ISO 1775-1975, e se mostra cada vez mais antenada em relação à responsabilidade social e aos deveres e obrigações de uma empresa líder de mercado, mesmo ganhando uma concorrência de peso com a chegada de companhias chinesas, que fabricam peças mais baratas e acabam atraindo a atenção e a preferência de alguns compradores. 

No entanto, a empresa mauaense não deixa de investir naquilo que tem de melhor: o alto padrão reconhecido por todos e que a levou a obter importantes reconhecimentos internacionais, como a exportação de seus produtos e a entrada no Guiness Book – o Livro dos Recordes – pela produção do menor cadinho do mundo. E, além disso, a fábrica terá em breve a transição para a quarta geração da família. 

Na linha sucessória, está Carlo Enrico Chiarotti, único dos três filhos de Leda que trabalha na companhia. Envolvido com a empresa desde os 16 anos e com experiência em outros lugares – inclusive no exterior, Carlo quer implantar na fábrica todo seu conhecimento não apenas para manter a Chiarotti Porcelanas na posição de referência no mercado, mas também para seguir fazendo-a crescer e ajudando a escrever novos capítulos desta bela história. 

Como uma família 

A tradição e a busca por excelência na fabricação de seus produtos não são os únicos trunfos da Chiarotti Porcelanas para se manter por tanto tempo como uma referência no mercado. Nestes 60 anos, algo que se destaca e é essencial para a empresa – mas que só é percebido por quem vive seu dia a dia – é que a Chiarotti conseguiu criar um ambiente interno extremamente familiar, o que segundo os funcionários é fundamental para que todos ali tenham prazer em trabalhar. Uma das pessoas que endossa essa tese é Maria Senhorinha de Souza Rodrigues Benedetti, conhecida por todos como Lourdes. Com 35 anos de casa, ela é uma das funcionárias mais antigas da companhia e acompanhou de perto sua evolução. 

De acordo com Lourdes, ao longo de três décadas e meia de trabalho na Chiarotti Porcelanas, ela exerceu um pouco de cada função, procurando ajudar – primeiro ao senhor Nelson e agora a Leda – no que fosse possível. Estabelecida, atualmente, nos serviços de escritório, ela conta que acompanhou momentos bons e períodos difíceis da empresa. Porém, o ambiente entre os funcionários sempre foi excelente, o que a permitiu, inclusive, a crescer como profissional, aprendendo a utilizar novas ferramentas que pudessem auxiliar seu serviço. E para ela, é essa união que mantém a companhia nos trilhos. 

“Com tantos anos não tem como ser diferente. Adoro todo mundo como se fosse minha família. Aqui é minha casa. Se a Dona Leda não tivesse todos esses funcionários, nada iria pra frente”. 

Trabalhando há 22 anos na Chiarotti Porcelanas, Tânia Aparecida de Souza Duarte é outra funcionária de longa data na casa que vê com bons olhos o clima familiar entre todos na companhia. Segundo a ajudante geral, que coordena a área de acabamento das peças produzidas, a sintonia positiva entre eles faz com que tudo flua naturalmente, pois cada funcionário entende suas atribuições e o quão importante elas são para o desenvolvimento do trabalho de seus colegas. 

“Nós somos assim mesmo (como uma família). Ficamos mais tempo aqui do que em casa, então acabamos nos envolvendo mais com nossos colegas. Acabamos criando vínculos”. 

Também há mais de 20 anos trabalhando na Chiarotti, o ajudante geral José Martins Pico concorda com as colegas sobre a importância do ambiente familiar da empresa para todos. “Não posso falar nada (de mal) daqui não. Criei bons amigos”, encerra.