Nesta semana, completa-se um ano do acidente que vitimou centenas de pessoas em Brumadinho, após o rompimento de uma barragem de rejeitos da empresa Vale S. A. Entretanto, quase que 365 dias após o ocorrido, quase nada foi feito em relação aos culpados por um dos maiores desastres ambientais já registrados no país, enquanto familiares das vítimas (foram 259 mortos e 11 desaparecidos) seguem em busca do mínimo de justiça.
As consequências que o rompimento da barragem de Brumadinho trouxe para centenas de famílias foram catastróficas e não se resumem apenas às mortes de quem trabalhava no local naquele momento. A demora para a localização de centenas de corpos, que ficaram soterrados em meio a um mar de lama, impediu, por exemplo, que muitas famílias pudessem se despedir de seus entes queridos. Aliás, onze famílias sequer tiveram a chance de ver o corpo de seus familiares serem resgatados até hoje.
Aliás, muitas pessoas passaram a desenvolver problemas de saúde mental depois do episódio. Uma reportagem do portal G1, desta terça-feira (21), mostrou o crescimento no uso de ansiolíticos (remédios que servem para diminuir a tensão e a ansiedade de pacientes) e de antidepressivos na cidade, como forma de combater os sintomas de doenças psicológicas, geradas pela tragédia que se abateu sobre a vida dessas pessoas.
O desastre também mudou a vida de toda uma região de diversas outras maneiras, seja econômica ou socialmente, sendo que é muito difícil prever uma recuperação total do município e de sua população. E enquanto isso, os culpados por tudo isso seguem longe de serem punidos, o que é um grave problema, pois não servirá de lição para que outros desastres sejam impedidos e tampouco trará algum fio de esperança para quem ainda luta por justiça.
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