O dia está ensolarado em Brasília. No Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da república, os jornalistas estão posicionados à espera do chefe do Executivo nacional para a tradicional coletiva de imprensa que ele, por vezes, concede. Eis que surge alguém, vestido de presidente – com faixa presidencial e tudo – segurando uma caixa com bananas que eram oferecidas aos presentes. Pouco depois, o presidente de fato aparece, e se recusa a responder perguntas sobre o fraco crescimento do PIB brasileiro, que teve seu pior desempenho em três anos. A cena toda é insólita e demonstra um desrespeito imenso com os profissionais e, principalmente, com a população.

Como representante máximo de uma nação, é atribuição do presidente falar à população, muitas vezes via imprensa, sobre os assuntos que afetam diretamente a vida de todos. E por isso as conversas com jornalistas precisam ser tratadas de forma séria. Aliás, por vivermos em uma democracia, é direito do chefe do Executivo se recusar a responder uma ou outra pergunta – ainda que isso não seja de bom tom. Porém, fazer piada com a cara de quem está ali trabalhando e com quem quer saber quais as explicações que o presidente dará sobre determinados temas, é patético.

A presidência da república precisa ser tratada com seriedade e, caso o presidente não se sinta confortável em dar explicações sobre determinado assunto, é muito melhor admitir isso do que tentar desviar o foco sobre questões importantes montando um circo desnecessário e que não tem a menor graça.

Afinal, profissionais e população devem ser tratados com o mínimo de respeito.