O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (22), durante uma coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, sede oficial do governo paulista, que iniciará a partir do dia 11 de maio a reabertura gradual da economia em todo o estado com o "Plano São Paulo”, medida que propõe a flexibilização das regras sobre a abertura e funcionamento do comércio e de serviços considerados não essenciais, de acordo com os dados sobre o avanço do vírus em cada região do Estado.

Segundo o governador, as propostas apresentadas pelos setores produtivos do Estado serão analisadas pelo Centro de Contingência do coronavírus de São Paulo e levará em consideração os dados científicos dos quais sua gestão dispõe, para determinar quais regiões poderão retomar suas atividades gradativamente. Apesar disso, Doria evitou adiantar quais serão os estabelecimentos que poderão retomar o funcionamento. De acordo com ele, somente no dia 8 de maio serão divulgados maiores detalhes sobre o tema. Iniciada em 24 de março, a quarentena em todo Estado duraria, inicialmente, 15 dias. No entanto, devido ao rápido avanço do novo coronavírus, o prazo acabou sendo estendido em duas oportunidades, primeiro até o dia 22 de abril e depois até 10 de maio. Segundo a determinação, apenas os serviços essenciais deveriam estar em funcionamento neste período.

Mesmo com a decisão da reabertura gradual da economia em São Paulo, o governador ressaltou que nada irá mudar até lá e que as determinações atuais continuam valendo. “Até o dia 10 de maio não haverá nenhum movimento, nenhuma alteração, no programa de quarentena em todo o Estado de São Paulo”, disse Doria em parte da coletiva.

Sobre os critérios básicos para definir quais serão as possíveis alterações regionalizadas e setoriais na quarentena estão a evolução do contágio e a disponibilidade de leitos hospitalares. A partir desse mapeamento, a estratégia de reabertura poderá ser orientada de formas distintas, de acordo com o impacto da Covid-19 em diferentes regiões e da adoção de regras sanitárias rígidas em estabelecimentos com menor capacidade de fluxo de clientes. Doria frisou ainda que a medida não significa o fim total da quarentena.

“A epidemia atinge de maneira diferente as regiões do nosso Estado. Hoje já temos esse levantamento processado e sendo avaliado pelo nosso centro de contingência do Covid-19. Portanto, os critérios da nova quarentena, daquilo que virá a partir do dia 11 serão diferenciados e de acordo com os dados científicos apurados em cada cidade e pelas regiões do Estado de São Paulo”, disse o governador voltando a citar que nada muda até lá. "Mas até 10 de maio, volto a dizer, nada muda. Vamos precisar de paciência, compreensão e respeito a essa orientação", completou.

Já a secretária do Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen destacou os protocolos que têm sido utilizados para o combate à pandemia, mas revelou que protocolos específicos serão criados para complementar a ação. “Cinco dimensões de protocolos estão sendo consideradas: distanciamento social, higiene pessoal, sanitização de ambientes, comunicação e condições de monitoramento de casos de grupos de risco. Essas dimensões também são padronizadas por setor, então nós temos um protocolo padrão, mas teremos também protocolos específicos para ambientes e setores e por isso que esse trabalho é importante”.

Ainda durante a coletiva de imprensa, o governador João Doria criticou o fato de que alguns prefeitos de cidades do Estado publicaram decretos flexibilizando a quarentena em seus municípios. No Grande ABC, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), havia afirmado em suas redes sociais que assinaria um decreto, nesta quarta-feira, flexibilizando as restrições de quarentena na cidade. Para Doria, entretanto, essas medidas não seriam prudentes.

Até o fechamento desta edição, 1.134 mortes e 15.914 casos de Covid-19 haviam sido registrados em todo o Estado. Em Mauá, o número de mortos chegou a oito. Já o de casos confirmados é de 78. 

Consórcio Intermunicipal faz reunião com representantes do comércio e da indústria na região 

Também nesta quarta-feira, o Consórcio Intermunicipal Grande ABC realizou uma reunião, via videoconferência, com entidades que representam o comércio e a indústria na região. A pauta das conversas foi a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nas sete cidades.

Durante o encontro, diversas sugestões foram repassadas à entidade, como a reabertura gradual das atividades econômicas. Cerca de 30 entidades, entre associações comerciais, indústrias e sindicatos de diferentes categorias, participaram da conferência.

As demandas apresentadas serão analisadas e farão parte de um plano de ações regionais que será enviado ao governador João Doria após aprovação do colegiado de prefeitos, informou o secretário-executivo do Consórcio ABC, Edgard Brandão.

“Vamos formatar um documento que contemple as propostas, considerando também estudos internacionais e exemplos no nosso país, inclusive decretos federais e estaduais. Além disso, todas as medidas estarão em sintonia com o Grupo de Trabalho Saúde do Consórcio ABC”, afirmou Brandão.

A expectativa é que o documento seja aprovado na próxima segunda-feira (27), em assembleia extraordinária de prefeitos, mas a data pode ser antecipada conforme o andamento da formatação das propostas.