Técnica de enfermagem moradora de Mauá conta como foi superar a Covid-19

Por Portal Opinião Pública 18/05/2020 - 17:08 hs
Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal

 

A técnica de enfermagem Priscila Cotrim, moradora de Mauá, superou a Covid-19 após 17 dias sob tratamento. Ela contraiu a doença no hospital. Segundo Priscila, os primeiros sintomas da doença surgiram quando ela estava terminando mais uma noite de plantão.

“Trabalho na área da saúde, sou técnica de enfermagem, sai do plantão sentindo dor de cabeça, dor de garganta e dor no corpo, um dia depois sentindo ainda esses sintomas resolvi ir ao hospital, porém não poderia coletar o teste para Covid-19, pois teria q ter pelo menos três dias de sintomas, voltei para casa e a médica pediu q eu voltasse dois dias depois, então voltei, e coletei exames de sangue, teste para H1N1, fiz tomografia e o teste do Covid-19, o resultado para saber se eu tinha a doença sairia em 72 horas, porém pela tomografia já deu pra ver presença de “vidro fosco”, que é a terminologia usada para a Covid-19, estava com 25% do pulmão comprometido. Fui internada no Hospital América, em Mauá, para impedir que a doença se espalhasse pelo resto do pulmão e comprometesse tudo, fiquei três dias na UTI, mas estava bem, só sentia dor de cabeça muito forte, aí tive alta para o quarto, onde fiquei um dia, e então chegou meu resultado para o coronavírus, deu positivo, mas como meus padrões respiratórios estavam estáveis, recebi alta para continuar o tratamento em casa, chegando em casa me mantive em isolamento total por 17 dias. Eu gostaria de parabenizar ao atendimento que recebi no Hospital América, desde a recepção, o pessoal da enfermagem, da higiene, equipe médica, fisioterapia, nutrição, todos sem exceção, pelo ótimo atendimento prestado”, disse Priscila.

A técnica de enfermagem conta quais foram os sintomas que mais a incomodaram. “Uma coisa que vale ressaltar, as dores são muito intensas, mesmo apresentando os sintomas considerados não tão graves, mesmo após o período de 14 dias estipulado para repouso me sentia muito mal, as dores não passavam, e quando saí do isolamento senti um cansaço muito grande ao mínimo esforço que eu fazia, até para falar era difícil, eu tinha que forçar para ter o ar suficiente, hoje já não sinto mais graças a Deus, hoje faz 40 dias desde o primeiro dia de sintoma, e desde semana passada que já não sinto realmente nada”.

Priscila deixa um recado para as pessoas que ainda não se conscientizaram sobre a gravidade da doença. “O recado é bem simples, quem pode fica em casa, quem não pode, tenha o máximo de cuidado possível, mesmo assim ainda é pouco, vejo pessoas ainda não acreditando no vírus, ainda brincando e desafiando muitas vezes essa doença, ela é grave sim, ela mata e não escolhe idade, raça ou situação financeira, cuidem dos que você ama, pois muitas vezes a pessoa não desenvolve os sintomas, mas é um transmissor. Os números de casos, e de óbitos têm aumentado a cada, era uma realidade, podemos dizer distante, estava em outros países, chegou no Brasil, demorou um pouco para ocorrer, mas agora só depende do bom senso de cada cidadão. Tive medo sim de não ter mais minha família, de não poder vê-los nunca mais e tenho até hoje, por isso o cuidado que ainda tenho comigo tenho com eles. Se cuidem, se protejam a si próprio e aos que você ama”, concluiu.