Governo do Estado divulga balanço e mantém restrições a reabertura do comércio em Mauá e no ABC

Por Portal Opinião Pública 04/06/2020 - 09:07 hs
Foto: Governo do Estado de São Paulo / Divulgação
Governo do Estado divulga balanço e mantém restrições a reabertura do comércio em Mauá e no ABC
Em balanço apresentado pelo governador João Doria, não houve mudança na classificação das 17 regiões

O Governo de São Paulo confirmou, nesta quarta-feira (3) durante a apresentação do primeiro balanço de avaliações de taxas de capacidade hospitalar e avanço do contágio por coronavírus do Plano São Paulo, para retomada consciente da economia, que Mauá e as demais cidades do Grande ABC seguirão classificadas na fase 1 – vermelha do programa por pelo menos mais uma semana. Com isso, todos os municípios da região deverão seguir restringindo a reabertura do comércio, sendo permitido apenas o funcionamento dos serviços essenciais.

Além do Grande ABC, todas as cidades da região metropolitana de São Paulo, da Baixada Santista e da região de Registro, ao sul do Estado, seguem com a mesma classificação. Anunciada pelo governador João Doria (PSDB) na última semana, a proposta de retomada consciente visa flexibilizar a quarentena em todo o estado. Um novo balanço, que poderá autorizar a ida da região para a fase 2 – laranja, caso haja melhora nos índices avaliados pelo DRS (Departamento Regional de Saúde) responsável pela região, será divulgado na próxima quarta-feira (10).

Apesar de manter o Grande ABC na fase 1 – vermelha do Plano São Paulo, o governo estadual ressaltou que houve uma melhora significativa na capacidade hospitalar das seis sub-regiões da Grande São Paulo. Na última sexta-feira (29), Doria (PSDB) já havia anunciado a divisão da zona metropolitana do Estado em cinco microrregiões, para avaliá-las de maneira mais independente. A medida foi tomada após os prefeitos de várias cidades reclamarem sobre a decisão.

Segundo os dados apresentados no balanço, a taxa de ocupação de leitos de UTI caiu de 93% para 85,5% na média de vagas oferecidas em 106 hospitais. Além disso, houve o avanço na implementação de novos leitos, com incremento de 161 vagas na região metropolitana da capital. Em todo o estado, há 4.693 leitos exclusivos para pacientes infectados pelo coronavírus.

Outra notícia positiva para a região é a possibilidade da construção de um hospital de campanha no Quarteirão da Saúde, em Diadema, o que ampliaria a oferta de vagas na região e, consequentemente, impulsionaria o plano de reabertura das atividades comerciais no Grande ABC. Em sua página no Facebook, o prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Gabriel Maranhão (Cidadania) afirmou ter conversado com o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, sobre o tema.

“Acabo de receber um telefonema do secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, informando que o Grande ABC não mudará de fase no plano de reabertura gradual da economia nesta semana. Contudo, conseguimos do secretário o compromisso de, sábado (6/6), às 10h, uma visita ao Quarteirão da Saúde, em Diadema, onde serão instalados 100 novos leitos para atendimento de casos de Covid-19 na região, inclusive para os pacientes da nossa cidade, possibilitando a reabertura gradual de atividades econômicas no Grande ABC na próxima semana”, postou Maranhão.

No sábado (30), o Consórcio Intermunicipal Grande ABC já tinha entregado ao próprio Vinholi e ao secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, um documento solicitando a reavaliação dos indicadores relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nas sete cidades da região na tentativa de reclassificar a região no Plano São Paulo.

No relatório, o grupo apresentou detalhes das ações que cada município vem realizando no combate a pandemia, como o incentivo ao isolamento social e ao uso de máscaras como medida para enfrentar a Covid-19, a abertura de hospitais de campanha, assim como uma taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) abaixo de outras regiões da Grande São Paulo, além da compra de aproximadamente 14 milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs) para as equipes de saúde dos sete municípios. 

O balanço 

Seguindo os indicadores de cada DRS (Departamento Regional de Saúde), que determinam cinco possíveis fases de reabertura de atividades econômicas não essenciais por meio de critérios como a média da taxa de ocupação de leitos de tratamento intensivo para COVID-19; número de leitos UTI COVID-19 por 100 mil habitantes; e taxas de acréscimo ou decréscimo de casos confirmados, internações e mortes pela doença na comparação com a semana anterior, o primeiro balanço de avaliações de taxas de capacidade hospitalar e avanço do contágio por coronavírus do Plano São Paulo, apresentado pelo governador João Doria, trouxe dados compilados entre os dias 26 de maio e 2 de junho.

De acordo com o relatório, três dos cinco critérios na média estadual apresentaram melhora. A taxa de ocupação de leitos de UTI caiu de 73,5% para 72,4%, o número de vagas por 100 mil habitantes foi de 11,8 para 13,3 e as internações decresceram três pontos percentuais. Com a ampliação da testagem, houve aumento nos índices de casos (61%) e de mortes (23%) por COVID-19.

“É muito importante desfazer opiniões equivocadas sobre o Plano São Paulo. São Paulo não liberou geral, a retomada da economia será feita de forma gradual, sensível, segura e amparada na ciência. Nenhuma medida aqui será precipitada”, afirmou o governador. “A quarentena nos ajudou, ajuda e continuará a ajudar a fortalecer o sistema de saúde. Em apenas dois meses, abrimos sete hospitais de campanha, aumentamos em 60% o número de leitos totais e dobramos as vagas em UTIs”, completou.

O balanço mostrou ainda que existe uma tendência semanal de melhora nas regiões da Baixada Santista, Taubaté e Registro. Por outro lado, as áreas de Bauru e Barretos apresentaram um viés de piora. Entretanto, nenhuma das classificações de quarentena anunciadas na semana passada foi alterada.

“Os dados não mostram piora, muito pelo contrário. O que nós temos é uma elevação no número de casos novos que está vinculado ao aumento da testagem. Isso era um resultado esperado”, afirmou o médico João Gabbardo, Coordenador Executivo do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo. “Os indicadores apontam para que, com segurança, possa se dar andamento a um processo de novo controle sobre as atividades.”