Com forte discurso contra corrupção, Sargento Simões anuncia pré-candidatura a vereador pelo Podemos

Por Portal Opinião Pública 16/07/2020 - 10:21 hs
Foto: Divulgação
Com forte discurso contra corrupção, Sargento Simões anuncia pré-candidatura a vereador pelo Podemos
Ao lado da esposa e dos filhos, Sargento Simões (ao fundo) destacou que sua família é fundamental

O gestor em segurança pública e privada e sargento reformado da Polícia Militar Anderson Alves Simões, o Sargento Simões, de 48 anos, confirmou ao Jornal Opinião Pública que será pré-candidato a uma cadeira na Câmara Municipal de Mauá nas eleições deste ano. Filiado ao Podemos, Simões já participou de outras disputas eleitorais tendo assumido, inclusive, uma cadeira no Legislativo mauaense por 30 dias em 2006. Além disso, o policial reformado chegou a fazer parte do atual governo, atuando na Hurbam (Habitação Popular e Urbanização de Mauá), autarquia extinta durante o mandato de Alaíde Damo.

Segundo o gestor em segurança, o motivo que o levou a lançar sua pré-candidatura ao pleito deste ano é o fato de querer contribuir com a cidade que o acolheu. Nascido no Rio de Janeiro, Simões chegou a Mauá em 1979, junto de seus pais, e pode crescer e se estabelecer no município. Foi em Mauá que ele terminou seus estudos, teve seus primeiros empregos, antes de ingressar na Polícia Militar, em 1993, e viu sua família crescer. Aliás, falando em família, o policial reformado pontua que além de serem a base de todo seu sucesso, sua esposa e filhos são também a inspiração para o desejo que ele tem de retribuir algo de positivo à cidade. “Eu quero ser vereador para melhorar a vida das pessoas”, disse.

Outro ponto importante salientado pelo sargento reformado – e tido pelo próprio como sua principal bandeira, além da área de segurança - é o combate a corrupção. Com um discurso contundente, Simões afirma que a experiência obtida em campanhas anteriores só reforça sua postura de tolerância zero à prática, destacando que o dinheiro que muitas vezes alimenta essa conduta poderia ser utilizado para levar benefícios à população.

“Eu quero fazer uma nova política, onde a gente possa melhorar a vida das pessoas. E isso é feito através do combate a corrupção. Se combatermos a corrupção, com certeza sobrará mais dinheiro para comprar merenda de qualidade para as crianças, com certeza sobrará mais dinheiro para comprar remédios para as pessoas, com certeza sobrará mais dinheiro para asfaltar ruas, para investir na guarda municipal...”, afirmou o gestor em segurança.

Ainda sobre o tema corrupção, Simões ressaltou que muitos políticos são mal vistos pela sociedade justamente por conta dos diversos casos de corrupção relatados nas mais diferentes esferas do poder, o que gera questionamentos sobre a intenção de quem deseja contribuir com a sociedade por meio da política. “As pessoas sempre me perguntam ‘por que você quer ser vereador?’. E acho engraçado porque muitas pessoas associam o fato de você ser vereador com o de querer melhorar a sua vida”, apontou o pré-candidato, que continuou. “As pessoas sempre associam isso porque os políticos têm a fama de querer estar no cargo para obter vantagem, para poder legislar em causa própria. E quando as pessoas veem que já estamos em uma estrutura melhor, elas não entendem”, completou o sargento.

Além disso, o gestor em segurança não vê como seu principal diferencial o fato de não possuir vícios da velha política, enfatizando que essa característica não impede ninguém de se corromper. “Mesmo que entrem 23 vereadores novos, acho que vão ter pessoas que irão fazer esse tipo de conchavo, porque não é inerente à profissão, a função. É inerente à pessoa”, opinou.

Sargento Simões também apresentou uma postura bastante incisiva em relação a ter um mandato independente, caso seja eleito. Para ele, o mais importante é pensar naquilo que será melhor para a cidade, independente de quem apresentou a ideia ou de conchavos políticos. “Eu quero ser um vereador independente, um vereador que vai votar naquilo que é bom para a cidade. ‘Ah, mas o prefeito acha que não é’. Então, o prefeito que tente conquistar os outros vereadores. ‘Ah, mas você será voto vencido. Uma andorinha só não faz verão’. Mas tem que começar por alguém. E que comece por mim”, bradou.

Quanto a plataformas e projetos, o pré-candidato evitou fazer promessas, mostrando outro traço de sua personalidade. “Eu nunca prometi aquilo que eu não posso cumprir, não só em campanha, mas na minha vida. Eu não assumo compromisso que eu não posso honrar. Isso pra mim é fundamental”, pontuou Sargento Simões, afirmando ainda que os políticos precisam agir com responsabilidade diante de seus eleitores.

Já sobre o atual cenário político mauaense e as recentes polêmicas envolvendo o prefeito Atila Jacomussi (PSB), Sargento Simões opinou que esses episódios apenas colaboram para criar uma imagem ruim do município e atrapalhar o seu desenvolvimento, uma vez que muitas oportunidades podem ser perdidas graças a essa situação.

“É muito triste para a cidade, Mauá virou notícia no Jornal Nacional. E isso é uma vergonha para o munícipe. Tem muita gente da cidade que fala que mora em Santo André, em Ribeirão Pires, porque ficam com vergonha de dizer que mora na cidade. E isso é muito ruim para o crescimento do município. O empresário, o empreendedor que vem aqui e quer trazer um aporte para montar uma empresa, já pensa: ‘é uma cidade corrupta’. E ele não vai querer estar no meio da corrupção. A corrupção empobrece não só as pessoas menos favorecidas, ela empobrece a todos nós, em todos os sentidos”, analisou o sargento reformado, que também criticou a recente polêmica em torno da construção do Hospital de Campanha para o tratamento de pessoas infectadas pela Covid-19. Aliás, o próprio Sargento Simões foi uma das pessoas que contraíram o novo coronavírus, mas conseguiu se recuperar. “Eu fui muito bem atendido no Hospital de Campanha. Tudo muito bem organizado, uma médica muito bem educada, os exames saíram rápido. O atendimento foi muito bom. Agora, se houve a corrupção e está sendo apurado, acho que a pessoa tem que pagar, ressarcir o erário, e tem que ir preso”.

Questionado se o fato de ter participado do atual governo poderia pesar contra sua pré-candidatura, Simões avaliou que não acredita nessa hipótese e relatou o período difícil que teve à frente da Hurbam. De acordo com o gestor em segurança, ele precisou insistir para poder deixar a autarquia.

“Eu acho que não, porque eu pedi para sair do atual governo. Eu saí porque quis. O prefeito tinha um compromisso, me anunciou como secretário de Segurança e depois, não sei porque, ele optou em colocar outra pessoa e até hoje não me explicou. Ele me viu, lá atrás, como um bom nome, capacitado e de repente, por um motivo que até hoje ele não me explicou, ele não honrou o compromisso dele e me colocou para assumir a Hurbam. Mas a Hurbam não andava e eu disse que não queria estar lá por causa do salário. Eu estava em um lugar que estava recebendo sem fazer nada e eu não queria aquilo. Cheguei a ir na Prefeitura e até rolou um estresse porque eles não estavam me dando a exoneração”, encerrou.