Representantes de escolas privadas de Mauá fazem protesto em frente à Prefeitura e cobram promessa de Atila

Por Portal Opinião Pública 06/08/2020 - 10:49 hs
Foto: Divulgação
Representantes de escolas privadas de Mauá fazem protesto em frente à Prefeitura e cobram promessa de Atila
Representantes de escolas privadas de ensino infantil de Mauá fizeram protesto contra o prefeito

Um grupo formado por proprietários de escolas privadas de educação infantil de Mauá realizou um protesto, na tarde desta terça-feira (4), em frente a Prefeitura Municipal. Organizados por meio de um conglomerado chamado “União das Escolas Particulares de Educação Infantil de Mauá”, os manifestantes reivindicavam uma reunião com o prefeito Atila Jacomussi (PSB) para discutir uma forma de o governo ajudar as 54 escolas do coletivo a manter suas portas abertas.

A concentração do protesto teve início por volta das 13h30, no Boulevard em frente ao prédio Miguel Arraes, onde fica localizada a Secretaria de Educação. De lá, os quase 100 manifestantes – que portavam faixas e cartazes e vestiam preto, segundo eles em luto pelos mortos vítimas da Covid-19 e pelo fechamento de várias escolas - seguiram até a porta da Prefeitura. Porém, eles acabaram impedidos de entrar nas dependências do paço municipal pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) que fez a segurança do local. A manifestação, no entanto, ocorreu de maneira pacifica.

Segundo a pedagoga Juliana Sanchez, a intenção do protesto não era forçar o retorno imediato das aulas e sim discutir com o prefeito de que forma o município poderia ajudar as instituições privadas de ensino a continuar com suas atividades.

“Nossa reivindicação não é em nenhum momento para voltar (imediatamente). Nós queremos voltar caso a Secretaria de Saúde autorize. Mas o que estamos querendo é o que o prefeito nos prometeu em reunião, que é a ajuda financeira, porque senão vamos fechar as portas. Estamos falando de mais de 2 mil alunos que a Prefeitura vai ter de dar conta, porque são do município, e mais de 1500 funcionários diretos e indiretos”, disse.

Já Alessandra Santana, proprietária de uma unidade de ensino pertencente ao grupo, criticou o prefeito pelas promessas não cumpridas. De acordo com ela, a União das Escolas Particulares e o prefeito já haviam participado de uma reunião, em 10 de junho, onde foi prometido o pagamento de um auxílio emergencial às instituições. Contudo, quase dois meses após o encontro, nenhuma medida havia sido tomada neste sentido. “Esse movimento visa fazer com que o prefeito entenda, nos receba e saiba que fazemos parte do município”, afirmou Alessandra, confirmando também que, além da perda de grande parte dos alunos, diversas escolas precisaram fechar as portas.

“Tentamos várias vezes. Tenho registrado aqui no meu celular que eu tentei e fui bloqueada na própria página do Atila no Facebook. E em nenhum momento ofendemos ninguém, só queremos resposta. Que fique claro que hoje, (o protesto) é totalmente pacífico, nós queremos ajuda. Essa foi a única solução, porque procuramos todos os lados e infelizmente ele não nos atende”, acrescentou Juliana Sanchez, quando questionada se o grupo havia tentado outros contatos com o prefeito ou com a Secretaria de Educação.

Também presentes à manifestação, Camila Latorre de Andrade e Maria Aparecida Latorre de Andrade alertaram para o fato de que a cidade poderá ter uma sobrecarga na rede municipal, no próximo ano, caso os pais sigam tirando seus filhos das escolas privadas. “Quero ver onde ele vai colocar essas crianças que estão saindo das escolas particulares, porque tem mais de 2500 crianças fora da escola, é dado oficial. Agora, com as escolas (privadas) fechando, ele colocará onde?”, questionou Camila.

Em nota direcionada aos pais e publicada em sua página oficial no Facebook, ainda na noite de terça-feira, os representantes da “União das Escolas Particulares de Educação Infantil de Mauá” lamentaram não terem sido recebidos pelo prefeito e criticaram a postura de Atila. “Tem sim como socorrer aquelas escolas que estão em situação de penumbra financeira, basta um pouco de vontade política e discernimento neste momento de pandemia. Ao menos poderia se dignar em receber os representantes das escolas para um diálogo, o que não o fez o nobre chefe do executivo municipal”, disse trecho do comunicado.

A Prefeitura de Mauá também se manifestou por meio de uma nota, enviada ao Jornal Opinião Pública no fim da tarde desta terça-feira. No comunicado, o paço informou ser “solidários ao segmento da rede privada de ensino e por essa razão recebemos anteriormente seus representantes em duas oportunidades, na Secretaria de Educação, com quase a totalidade do setor na cidade. No entanto, as demandas solicitadas pela categoria tratam de suporte e subsídio financeiro e o município não possui essa prerrogativa”.

A nota continuou ressaltando que “em relação ao desconto em impostos, a Secretaria de Finanças estuda e avalia a possibilidade de alguma medida que esteja em sintonia com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que não permite que o gestor abra mão de receitas ao erário. Reforçamos que a liberação do retorno às aulas na rede particular depende da liberação do Governo do Estado, de acordo com o Plano São Paulo para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus”.

O comunicado terminou pontuando que “pela rede municipal de ensino, optamos por não retomar as aulas presenciais, para crianças de 0 a 5 anos, após ouvir especialistas das secretarias municipais de Educação, Saúde e outros profissionais ligados diretamente às áreas aos setores, além da Vigilância Sanitária e Epidemiológica. Somado a isso, realizamos pesquisa em formato de enquete com pais de alunos e população em geral”.