Editorial - Futebol também precisa ser exemplo no combate à Covid-19

Por Portal Opinião Pública 13/08/2020 - 13:47 hs
Foto: Freepik

Que o futebol é o esporte predileto do brasileiro, isso não há dúvidas. Porém, no último fim de semana, a modalidade esportiva preferida no país deu um exemplo de total desorganização, ainda mais em um momento onde o enfrentamento a Covid-19 segue sendo prioridade.

Na rodada inaugural do Campeonato Brasileiro da Série A, a partida entre Goiás e São Paulo, que seria disputada em Goiânia, precisou ser adiada momentos antes do pontapé inicial. O motivo: 11 atletas da equipe do centro-oeste testaram positivo para a doença que já matou mais de 100 mil brasileiros. Menos mal que o jogo acabou sendo adiado, porém, a decisão por postergar a partida poderia ter saído muito antes, no momento em que o Goiás declarou que boa parte de seus jogadores estavam com Covid-19.

Entretanto, pior aconteceu na Série B, no jogo entre CSA e Guarani. A equipe alagoana teve oito atletas infectados. Contudo, a partida aconteceu – sem a presença dos jogadores com Covid-19, com vitória do CSA por 1x0. Quatro dias após o jogo, no entanto, o número de jogadores contaminados no time de Alagoas mais que dobrou: agora são 18, o que mostra como a doença age rápido. Até o momento, no Guarani ninguém testou positivo, mas isso pode mudar nos próximos dias, uma vez que pode demorar um tempo para que o vírus seja detectável. O fato é que a realização do jogo foi uma irresponsabilidade, até porque muitos dos atletas contaminados têm contato direto com colegas.

Claro que para muita gente o retorno do futebol é um alento. Para os profissionais, é a chance de retomar o trabalho. Para os torcedores, é a oportunidade de ter um momento de lazer em um período tão duro. Contudo, o esporte não está alheio à sociedade. A retomada de qualquer atividade, neste momento, precisa levar em consideração a segurança das pessoas envolvidas para que elas não corram riscos. E neste caso, houve sim uma avaliação precipitada de todos os envolvidos, indo de clubes à CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

O futebol é importante, é divertido, mas não é maior do que vidas humanas. Que essas situações não voltem a se repetir, pois poderemos ter notícias nada agradáveis caso não haja responsabilidade com algo tão sério.