Oficializada pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro) como candidata a Prefeitura de Mauá, a ex-deputada estadual Vanessa Damo está de volta à disputa majoritária na cidade. Vivendo, segundo ela, um momento mais maduro e de olhar mais sensível para a realidade, a filha dos ex-prefeitos Leonel Damo e Dona Alaíde quer retomar sua atuação política na cidade onde iniciou sua carreira como vereadora.

Em entrevista exclusiva ao Jornal Opinião Pública, Vanessa falou sobre algumas de suas ideias e propostas para diversas áreas, como saúde, educação, transporte, geração de empregos, entre outras. Confira o bate-papo abaixo. 

Jornal Opinião Pública - A saúde é uma das principais preocupações da população mauaense no momento. Como é possível melhorá-la tanto em estrutura quanto no serviço que é prestado? 

Vanessa Damo - Vejo a saúde como prioridade. Uma das minhas propostas é a informatização total e integrada nas UBSs e rede municipal de saúde como um todo. Assim acabaremos com as filas de espera por exames específicos, cirurgias eletivas e consultas com especialistas.

Também precisamos reformar e modernizar todas as UBSs, UPAs e o Hospital Dr. Radamés Nardini, fazendo a manutenção correta dos equipamentos médicos.

Tudo isso é urgente. Não podemos aceitar que vidas sejam perdidas por falta de atenção do Poder Público. 

JOP - Muitos pais reclamam sobre a falta de vagas em creches da cidade. Qual caminho pode ser seguido para resolver esse problema? E, além disso, é possível que pós-pandemia, a cidade sofra com a migração de alunos da rede particular para a pública. Como atender essa nova demanda que deverá se formar? 

VD - Com certeza a pandemia nos trouxe um desafio maior, mas isso não me intimida para resolver o problema de nenhuma forma.

Mauá sofre atualmente com um déficit por vagas em creches que é muito prejudicial para a população em geral. E as mulheres que trabalham precisam de um lugar seguro para deixar seus filhos, porém em Mauá chegam a esperar 2, 3 anos por uma vaga e isso não está certo.

Minha ideia é reformar e ampliar as creches já existentes, construir novas onde a demanda for maior e criar convênios entre a prefeitura e creches particulares para atender à todas as crianças, acabando com a fila de espera.

Outro ponto que requer muita responsabilidade é a merenda escolar. Em Mauá essa é muitas vezes a única refeição diária da criança. Então temos que oferecer uma alimentação balanceada e não podemos admitir qualquer desvio de recursos públicos. Merenda é coisa séria! 

JOP - O que precisa ser feito para melhorar o serviço de transporte público coletivo e a estrutura dos terminais rodoviários em Mauá, outro setor que gera muitas reclamações da população? 

VD - A população tem razão em estar insatisfeita com a atual situação do transporte público em Mauá. Em muitos bairros se espera mais de uma hora em pontos de ônibus – alguns sem cobertura e sem lugar para sentar - e isso é um absurdo. O tempo do cidadão é muito precioso para ser gasto desta forma desrespeitosa.

É necessário que a empresa prestadora do serviço seja cobrada pela prefeitura para que haja a ampliação do número de veículos e linhas de ônibus, com o gerenciamento dos itinerários dos ônibus ponto a ponto e com qualidade no sistema em geral. Caso não seja alcançada a excelência no atendimento à população, será necessária a quebra do monopólio do transporte público na cidade.

Também considero importante criar um sistema de integração entre trem e ônibus municipal, além de reformar e modernizar a rodoviária central e os terminais rodoviários nos bairros. Além disso, penso nos estudantes e considero importante ampliar o programa de passe escolar gratuito. 

JOP - Quais são as políticas públicas que podem ser usadas para levar uma sensação de segurança maior aos munícipes? 

VD - Quando deputada, lutei muito por um Instituto Médico Legal (IML) em Mauá. Cheguei a conseguir um espaço para a instalação do equipamento, mas logo depois perdi meu mandato injustamente e até hoje esse problema não está resolvido.

Como prefeita, pretendo reabrir a solicitação para o Governo do Estado, pedindo também a instalação da Delegacia Seccional de Polícia Civil.

E sendo mulher eu não posso deixar de pensar na importância de termos uma Delegacia de Defesa da Mulher com funcionamento 24 horas inclusive aos fins de semana, quando muitas agressões acontecem.

Também é importante a implantação de bases policiais fixas e móveis nos locais de maior criminalidade na cidade, iluminação pública em todas as ruas e a volta da ronda escolar.

Também considerado relevante a implantação da “Operação Delegada” em Mauá, pagando ao policial militar e ao guarda municipal para que fique à serviço da cidade nos dias de folga. 

JOP - Especialmente após a pandemia temos visto um número crescente de pessoas que estão desempregadas ou trabalhando na informalidade. Quais meios podem ser utilizados para gerar mais empregos e aproveitar melhor o potencial do polo industrial da cidade? 

VD - Costumo dizer que atualmente o empreendedor vai até a Prefeitura com um problema e volta com cinco. Que incentivo ele tem para investir em Mauá ou permanecer na cidade hoje?

Vejo que a palavra-chave para resolver o problema é “desburocratizar”. Criando a ‘Sala do Empreendedor’ na prefeitura podemos agilizar os trâmites para abrir e manter um negócio, além de prestar consultoria especializada.

Também tenho como proposta o incentivo fiscal para empresas que contratem mão de obra de Mauá, gerando emprego na cidade.

Quando fui deputada estadual trouxe junto ao Paulo Skaf o SENAI para Mauá, porque cursos técnicos aumentam a chance de obtenção de vagas no mercado de trabalho. E acredito que esses cursos de qualificação profissional precisam ser levados para todos os bairros da cidade, em parceria com as igrejas, ONGs, OSCIPs, e associações de bairros e entidades sociais em geral. 

JOP - O que pode ser feito em Mauá para levar mais opções de cultura, esporte e lazer para os munícipes, principalmente para os jovens? 

VD - Tenho um carinho especial por essa área. Sou formada pela Faculdade de Belas Artes de SP e uma apaixonada pelo assunto. Além disso, um dos meus esportes preferidos é o futsal, então sei dos benefícios do esporte para a nossa vida.

Mauá tem potencial para criar a Escola Municipal de Música e Artes, com instrumentos musicais, dança, canto, teatro e muito mais. Alinhado a isto, podemos ter também a Orquestra Municipal de Mauá! Imagina que orgulho podermos valorizar os talentos locais?

Em relação ao esporte, o Poder Público pode criar bolsas para atletas e paratletas que representam o nome da cidade em jogos oficiais. Além de ações que incentivam a prática esportiva desde os primeiros anos de vida.

Para o lazer, temos que recuperar espaços como a Gruta Santa Luzia e o Parque Ecológico do Guapituba. 

JOP - Mauá possui muitas famílias vivendo em situação irregular e também em áreas de risco. Você possui alguma política para sanar esse problema? 

VD - Não dá para falar do futuro de Mauá sem pensar em habitação. A casa significa dignidade, pois é onde moramos com nossas famílias. Desta forma precisamos regularizar a situação de milhares de famílias mauaenses através do programa ‘Minha Casa Mauá’, que vai conceder título de posse - em nome das mulheres - para moradores de áreas já ocupadas há mais de cinco anos e realizar o cadastramento individual de área. No nosso plano de governo estamos propondo também construção de novas unidades habitacionais, através de Parceria Pública Privada (PPP) e parcerias com os Governos Estadual (CDHU) e Federal (Minha Casa, Minha Vida). 

JOP - Ainda existe uma deficiência na cidade com relação a serviços urbanos, como iluminação pública e tapa-buracos. O que pode ser feito para diminuir esses problemas? 

VD - Em primeiro lugar, acredito que o caminho para resolver muitos desses problemas é buscar recursos com o Governo do Estado e Governo Federal, olhando as pessoas e não as bandeiras partidárias. Afinal, quando se é pessoa pública, deve-se olhar por todos com igualdade.

No tempo em que fui vereadora e deputada, consegui recursos importantes para asfaltamento de áreas onde isso parecia impossível em Mauá. Então sim, podemos fazer!

Outro problema urbano que me preocupa muito é a falta de água constante na cidade. Precisamos cobrar da Sabesp que sejam feitas as obras previstas no contrato, que são: três reservatórios de água tratada (na região do Jd. Anchieta, Jd. Itapark e Parque Das Américas), uma estação elevatória para bombeamento de água na região do Jd. Zaíra, e obras que melhorem o abastecimento de água no Jd. Sônia Maria, Jd. Silvia Maria, Vila Nova Mauá e região.

Construí um plano de governo ouvindo e respeitando as pessoas. Deixo aqui o convite para que possa conhecê-lo no site: vanessadamo.com