Protótipo de método japonês para o tratamento de esgoto é testado em Mauá

Por Portal Opinião Pública 08/10/2020 - 12:01 hs
Foto: Divulgação
Protótipo de método japonês para o tratamento de esgoto é testado em Mauá
Método permite que residências em regiões afastadas possam ter condições de tratamento em seu esgoto

Alternativa compacta apresenta eficiência no tratamento de esgotos para atender regiões afastadas, que não possuem condições técnicas favoráveis para conexão de suas tubulações diretamente até a rede pública 

De acordo com o Instituto Trata Brasil, no Brasil, cerca de 47% da população não tem acesso à coleta de esgoto. Além disso, apenas 46% dos esgotos coletados recebem tratamento. Em Mauá, essa realidade é diferente, pois a cidade se destaca na região Metropolitana de São Paulo pelos bons índices de atendimento com os serviços de esgotamento sanitário: 93% dos esgotos são coletados e 84% são tratados.

Focada em otimizar e universalizar o serviço, a BRK Ambiental, concessionária responsável pelos serviços de esgoto na cidade de Mauá, busca alternativas para atender os imóveis em que o nível das redes coletoras está acima do nível da ligação de esgoto, denominados tecnicamente de “soleira negativa”, ou ainda para aqueles localizados em áreas afastadas ou rurais, onde não é possível a implantação de redes coletoras e tratamento do esgoto pelo método tradicional.

Nesses casos, a alternativa estudada pela concessionária é a tecnologia de Sistemas Aerados Unifamiliares ou Johkasou, um método japonês para o tratamento de esgotos de forma compacta. Dessa forma, o esgoto doméstico das residências ou de pequenos estabelecimentos podem ter tratamento com eficiência acima de 90% de remoção da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), que caracteriza o nível de poluição do esgoto, além de desinfecção.

Protótipos do Sistema Johkasou foram instalados no início deste ano na Estação de Tratamento de Esgoto da cidade e demonstraram muita eficiência na remoção da carga orgânica presente no esgoto. Os modelos analisados têm capacidade para tratamento de 800 litros de esgoto por dia, que atendem cerca de cinco pessoas, ou 1.600 litros por dia, para um local com dez pessoas.

É importante destacar a diferença entre os Sistemas Aerados Unifamiliares e as fossas sépticas utilizadas tradicionalmente no meio rural. O esgoto das fossas sépticas, se elas forem mal operadas, pode causar a contaminação do solo e dos lençóis freáticos. O Sistema Aerado Unifamiliar, comparado com as fossas sépticas, além de ter preço competitivo, instalação fácil e pouca manutenção, é uma solução para promover o saneamento, devolvendo um esgoto tratado de alta qualidade, sem agredir o meio ambiente ou prejudicar a saúde da população.

Para Bruno Gravatá, gerente de Operações da BRK Ambiental em Mauá, alternativas como essas são fundamentais para a conquista da universalização do tratamento de esgoto. “Outra vantagem desse método é que pode ser utilizado tanto em residências como em pequenos estabelecimentos comerciais, atendendo às necessidades do tratamento de esgoto sanitário, valorizando o imóvel e gerando economia e responsabilidade ambiental”, complementa.