Na reta final da disputa eleitoral que definirá o próximo prefeito de Mauá, o Jornal Opinião Pública entrevista, nesta e na próxima semana, os dois postulantes ao Paço Municipal, o atual prefeito que busca a reeleição, Atila Jacomussi (PSB) e o vereador Marcelo Oliveira (PT).

Vencedor do primeiro turno com 36,48% da preferência do eleitorado e 70.490 votos, o socialista foi o escolhido para abrir essa série de bate-papos e para falar um pouco sobre como transcorreu sua campanha, o que achou dos resultados das urnas, quais são as expectativas para a votação do dia 29 de novembro e outros assuntos. Confira abaixo o que disse Atila. 

Jornal Opinião Pública - Qual a avaliação que você faz referente a sua campanha no primeiro turno das eleições municipais? 

Atila Jacomussi - Sempre buscamos trabalhar com a verdade e transparência junto ao nosso povo. Por isso que a nossa campanha neste primeiro turno foi marcada por prestação de contas e propostas por uma Mauá melhor, porque a nossa cidade está cansada da velha política do ataque, das mentiras e do oportunismo que os nossos adversários ainda pregaram. A cidade sofreu muito com o golpe que tirou o prefeito eleito democraticamente pelo povo e da política do “quanto pior, melhor” na busca do poder pela ganância. A cada ataque que sofremos, respondemos com trabalho, pavimentando mais de 240 ruas e vielas, iluminando mais de 80 ruas e vielas, abrindo as portas de 6 Fábricas de Artes, o Fiec Parque das Américas, 24 novas viaturas da GCM, novas bases fixas e móveis da nossa guarda nas alças do Rodoanel Mário Covas, 153 novos ônibus, assinatura com a Sabesp para trocar uma dívida de R$ 3 bilhões geradas por meus antecessores por investimentos de R$ 319 milhões para dar fim à falta de água. Nós não precisamos da velha política do ataque, porque temos trabalho para mostrar e colhemos a confiança do povo por nossas propostas. 

JOP - Sente-se satisfeito com os resultados das urnas? 

AJ - Fomos vencedores no primeiro turno e o povo mostrou que quer a continuidade do nosso trabalho. Sigo confiante neste segundo turno, mantendo a mesma filosofia da etapa anterior, mostrando realizações e propostas pelo futuro de Mauá. A população não quer mais o passado, o passado do partido que aumentou em 20% a tarifa de esgoto, uma injustiça que acabamos; o passado do partido que tirou a Leblon e implantou o monopólio da Suzantur; o passado do partido que criou uma dívida impagável gerando a taxa do lixo; o passado de um partido que apoiou uma família poderosa no golpe, tirando o Passe Livre aos estudantes, fechando o Café do Trabalhador, acabando com estoque de medicamentos nas UBSs e deixando a cidade sem zeladoria, cuidado e amor pela nossa gente. Esse passado o povo de Mauá não quer mais! 

JOP - O que foi possível absorver, nos contatos com a população, em relação às principais demandas da cidade?

AJ - Fizemos em 15 meses muito mais do que os nossos antecessores fizeram em 15 anos, mas sabemos que muito ainda precisa ser feito. Neste primeiro mandato, focamos na urgência da Saúde Pública, reabrindo o pronto-socorro do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, completando a nova maternidade com UTI neonatal que será aberta muito brevemente, além das reaberturas das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) Barão de Mauá e Zaíra, ambas com novas instalações e adequações por um atendimento humanizado. O foco do segundo governo será a atenção básica e já começamos com a ampliação dos horários das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do Jardim Zaíra 2, Jardim Primavera, Jardim Flórida e Jardim Sônia Maria de 7h às 21h, e vamos estender o horário até meia-noite nas UBSs Feital e Sônia Maria a partir de janeiro. Vamos repor o estoque de medicamentos e seguir contratando novos médicos. Ainda pela Saúde, teremos o Poupa Tempo da Saúde, que concentrará o Cemma (Centro de Especialidades Médicas), Centro de Referência da Saúde da Mulher – que realizará diagnósticos de câncer de mama e colo do útero – e o Centro de Odontologia Sorria Mauá. A população também quer melhorias no Transporte Público e para isso iniciaremos nos próximos dias as obras do Novo Terminal Rodoviário Central, integrado à CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e vamos quebrar o monopólio da Suzantur, implantado pelo partido do nosso adversário. Todas as demandas do povo estão contempladas em nosso Plano de Governo. 

JOP - Restando pouco menos de 15 dias para o segundo turno, como sua campanha será conduzida daqui em diante? 

AJ - Da mesma forma que foi no primeiro turno, com a verdade, transparência, humildade, prestação de contas das nossas realizações e propostas por um legado para Mauá. A cada ataque que receberemos, mostraremos o nosso trabalho que resultou em ruas pavimentadas e iluminadas, mais segurança e todo o cuidado com a nossa gente. Lembraremos que em pouco tempo fizemos mais do que o passado representado pelo nosso adversário. Recordaremos do cuidado de nossas crianças, com cinco novas escolas municipais, gerando 2,8 mil novas vagas em creche e pretendemos criar outras 2,1 mil a partir de janeiro; o Cartão Merenda em Casa, sendo que Mauá é a única cidade a garantir o alimento de 20 mil alunos da rede municipal até dezembro, enquanto nossas crianças seguem seus estudos em casa por meio de apostilas e pela plataforma Google Education. Lembraremos do todo cuidado que tivemos durante a pandemia do coronavírus, com um Hospital Municipal de Campanha que salvou mais de 17 mil vidas, 50 mil cestas e kits de higiene distribuídos por meio do excelente trabalho da minha esposa, uma primeira-dama de verdade Andreia Rios à frente da Secretaria de Promoção Social e muito mais. Temos de um lado gente que gosta de gente e trabalha com amor, e do outro um passado que Mauá não quer mais. 

JOP - Qual sua opinião sobre seu adversário nesta fase decisiva do pleito municipal? 

AJ - Desejo que possamos fazer uma campanha de respeito, que coloque na mesa o comparativo dos nossos trabalhos, o meu como prefeito e o seu trabalho como vereador. O povo merece saber quem fez o que por nossa cidade. Eu aceito o desafio de comparar, porque muito fizemos e queremos fazer mais. O nosso adversário precisa mostrar as suas realizações. Por isso, espero que seja uma campanha ética, sem ataques, porque o povo de Mauá não quer e não merece mais isso. 

JOP - Quais são suas expectativas em relação ao segundo turno? 

AJ - Sempre digo que essa eleição não é pelo Atila, e sim pelo povo de Mauá. Eu escolhi ser prefeito do povo, o prefeito que atravessa ruas e vielas, pisa no barro para levar luz, asfalto, regularização fundiária e, acima de tudo, respeito e dignidade para a nossa gente. Do outro lado, temos o passado aliado ao partido político, que vai trazer pessoas de fora da cidade, que não conhecem Mauá, porque não tem onde alocar seus militantes, até porque esse partido não fez nenhuma prefeitura na Grande São Paulo. Temos um adversário atrelado a uma família poderosa que ninguém quer mais no poder, aliado também aos interesses empresariais sobre o povo, tendo como exemplo a BRK, permitindo cobrar 20% a mais na tarifa de esgoto sobre a água, com a anuência do nosso adversário na Câmara Municipal. Por isso, tenho certeza de que o povo vai vencer, porque nós estamos do lado do povo.