O Brasil superou, pela primeira vez desde o início da pandemia, em março do ano passado, as duas mil mortes por Covid-19 em apenas um dia, nesta quarta-feira (10), segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, que tem monitorado a evolução da doença no país, com base nas estatísticas passadas pelas secretarias estaduais de Saúde. Em 24h, 2.349 mortes foram confirmadas no território nacional, número superior aos 1.954 óbitos registrados no dia anterior. Essa é a quinta vez nos últimos oito dias que o Brasil registra novos recordes de falecimento pela doença.

Ainda de acordo com os dados levantados pelo do consórcio de veículos de imprensa, o Brasil já registra 270.917 vítimas fatais pela Covid-19 durante a pandemia e ocupa a segunda posição no ranking mundial de óbitos atrás apenas dos Estados Unidos.

Já São Paulo notificou o falecimento de 469 vítimas de Covid-19 nesta quarta-feira, 48 a menos do que o registrado na terça, quando o estado bateu seu recorde com 517 mortes.

Além das mais duas mil mortes, 80.955 mil novas ocorrências da doença foram informadas, número bastante superior em relação aos 69.537 casos reconhecidos no dia anterior. Mais de 11 milhões de brasileiros já foram acometidos pela doença.

Outras estatísticas colhidas sobre a pandemia no Brasil mostram que o país é hoje um dos principais epicentros da doença em todo o mundo, superando os Estados Unidos em casos registrados diariamente, e ficando bem à frente de países como França e Itália. A média de mortes – que chegou a 1.645 por dia – também é a maior da pandemia pelo 12º dia consecutivo. 

Situação no ABC 

O agravamento da pandemia em todo o Estado também tem tido efeito no Grande ABC. Nesta terça-feira, os prefeitos de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), e de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PL), postaram vídeos em suas redes sociais falando sobre o crescimento na taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) nos municípios.

Segundo Morando, São Bernardo do Campo já está trabalhando com a possibilidade de, quinta ou sexta-feira, não ter mais leitos disponíveis para seus pacientes. Na terça-feira, a cidade tinha uma taxa de ocupação de UTI de 91%.

“Quero fazer um apelo: só procure as nossas unidades de saúde, UPA, UBS ou Pronto-Socorro, se você estiver com extrema necessidade”, frisou.

Já Clóvis Volpi falou que a situação da saúde no município é de colapso e afirmou que precisará recorrer ao estado para tentar obter vagas em outras cidades para seus pacientes. Duas pessoas morreram em Ribeirão Pires a espera de vaga em UTI.

“Hoje, Ribeirão Pires entrou em colapso, ou seja, nós não temos mais condições de manter pessoas contaminadas com Covid dentro das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), nós não temos mais vagas em nosso hospital de campanha. O ABC inteiro está totalmente tomado com seus hospitais em suas UTIs (Unidade de Terapia Intensiva), tanto na rede pública quanto na rede privada”.

Em Mauá, de acordo com dados de terça-feira, 93% dos leitos do Hospital Nardini estavam ocupados.