Índice de confiança dos consumidores e empresários, acompanhado de incertezas políticas, dificulta a recuperação da economia brasileira

Por Prof. Gilson Fontes 07/05/2019 - 14:56 hs

Mesmo com as previsões de uma retomada moderada da economia para este ano, o Brasil ainda não será capaz de se recuperar das perdas econômicas dos últimos anos. A principal causa da fraca reação é a indefinição sobre o ajuste das contas públicas do governo Bolsonaro, diretamente ligado a reforma da Previdência, a reforma Tributária e aos ajustes fiscais. 

Sem as reformas, o cenário de crescimento da economia tende a piorar, com a saída de recursos do país, a desvalorização do real e o aumento da inflação e dos juros. 

Os indicadores do índice de confiança estão crescentes desde a eleição do ano passado, retratando uma percepção positiva de futuro no que tange a retomada da economia, mesmo que os dados reais estejam diferentes desta tendência de confiança. Os projetos políticos apresentados pelo governo reforçam a mesma direção de crescimento da economia, por mais que em alguns momentos, haja falhas de comunicação e momentos de contradição. 

A melhora da confiança nos consumidores e nas empresas tem um impacto forte na área do crédito, onde as famílias reorganizam seu orçamento, abrindo espaço para o consumo e, as taxas de juros em patamar reduzido, ajudam as empresas captarem mais crédito para seus negócios e na criação de empregos. 

Enquanto as incertezas políticas não forem resolvidas pelo governo, no entanto, empresários e empreendedores terão dificuldade em tomar decisões de novos investimentos, principalmente pela insegurança da direção da política nacional. 

Os problemas são somente internos? Não. As incertezas do cenário externo também estão impactando diretamente nas bolsas de valores e no mercado cambial (moedas), algo que reflete negativamente em nossa economia através da produção interna, de novos investimentos, do consumo das famílias e nas taxas de desemprego, juros e inflação. 

O governo Bolsonaro, via ministro Paulo Guedes, deveria apresentar uma agenda sustentável para acompanhar e melhorar a recuperação da economia. O ajuste fiscal é importante para equilibrar as contas públicas do governo. Mas, e as contas privadas das empresas e das famílias? Como ficam? 

Infelizmente, a economia possui uma grande dependência dos governos federal, estadual e municipal, por terem um papel de principal consumidor e investidor em alguns segmentos. Para diminuir esta relação, existe uma iniciativa do governo para uma economia liberal, que leva tempo e trata-se de uma nova cultura.