A otite média aguda é uma doença que precisa ser tratada de forma correta a fim de que ela não leve a uma outra patologia, a mastoidite, que consiste em uma inflamação na região do osso temporal no crânio – o osso mastoídeo, que fica atrás da orelha.

De acordo com o médico otorrinolaringologista Thiago Brunelli, do hospital Santa Casa de Mauá, as crianças são as mais atingidas, embora também possa afetar os adultos. “Essa estrutura conta com ‘espaços vazios’ que drenam o ouvido médio e, quando a região sofre com uma infecção ou inflamação não tratada, os espaços se espalham e criam um inchaço na região”, explica.

Cerca de 15 dias após uma otite tratada erroneamente, os sintomas da mastoidite começam a aparecer, causando dores de cabeça e de ouvido, vermelhidão local, sensibilidade, febre e inchaço na parte de trás da orelha - parecido com uma íngua, que também pode ser acompanhada por uma secreção amarelada do ouvido e diminuição da audição.

É importante ressaltar que a mastoidite também pode ser uma consequência de um colesteatoma, tumor benigno que cresce atrás do tímpano. Por essa razão, nenhum sintoma deve ser negligenciado.

“Nem toda otite é uma mastoidite. A otite quando tratada de forma adequada não é grave, já a mastoidite pode ser evitada com o tratamento precoce e correto da otite. Ao contrário da doença que a origina, a mastoidite é grave e pode levar a muitas complicações, como a perda auditiva irreversível, a meningite, as inflamações cerebrais, a formação de coágulos e a sepse. Todo e qualquer tratamento com antibióticos precisa ser cumprido à risca”, alerta o médico Thiago Brunelli.

O tratamento para a mastoidite dependerá da avaliação do otorrinolaringologista e estágio da patologia, porém em qualquer situação precisa ser iniciado rapidamente. Para eliminar a infecção, serão indicados antibióticos e nos casos mais graves pode ser indicada uma cirurgia para drenagem da secreção.

É importante destacar que a prevenção da mastoidite começa com o tratamento da otite, a qual também pode ser prevenida com boa higiene local, com a proteção dos ouvidos e não utilização de hastes flexíveis ou outros objetos na região interna. A friagem também deve ser evitada e após os longos períodos na piscina ou na praia, é importante secar bem os ouvidos e inclinar a cabeça para ambos os lados com o intuito de drenar a água.