ninguém é complicado demais só
porque tem limites. talvez você só tenha aprendido que amor não é favor, que
reciprocidade não é gentileza e que sua paz vale mais do que insistir onde não
cabe.
a gente cresce achando que amar é
se moldar. que é bonito se doar, se encaixar, ceder sempre. e de fato, amar é
doação. mas não pode ser anulação. quando a gente se apaga pra caber no outro,
já não é amor — é medo de ficar sozinho. e isso não é leve, não é justo, nem
saudável. tem gente que te chama de “difícil demais” porque se acostumou com
gente que aceita pouco.
e postar sobre isso, nas redes
sociais, me levou a uma conversa com a paula assad — uma daquelas pessoas que
fazem a gente pensar sem nem perceber. falávamos sobre intensidade, sobre o
“demais”. sobre como o exagero, mesmo quando vem vestido de amor, pode ser
perigoso.
e é verdade: tudo que é demais
pesa. até aquilo que parece bonito. intensidade sem direção vira furacão. e, às
vezes, a gente confunde isso com profundidade.
minha mãe sempre dizia: “o
radicalismo emburrece”. e dizia isso com a voz firme de quem estudou
sociologia, mas com o olhar doce de quem jantava todas as noites com um marido
que foi militar. imagina o jantar. um campo minado de ideias. e no meio disso
tudo, eu, aprendendo que ser ponderado também é uma forma de amar. de amar o
outro, de se amar.
a gente aprendeu a achar bonito
ser intenso. e não tô dizendo que não seja. é bonito, sim. tem algo encantador
em quem sente tudo com força, em quem ama com entrega, em quem se joga na vida.
mas sentir tudo o tempo todo, sem pausa, sem freio, sem filtro, cansa. e não só
a gente — cansa quem tá por perto também. o mundo não precisa que a gente
desligue a intensidade, mas talvez precise que a gente a aprenda a respirar.
é difícil encontrar esse ponto de
equilíbrio, porque ele muda com o tempo, com as fases da vida, com as pessoas.
não é uma fórmula fixa. é mais um exercício de escuta, de percepção, de saber
quando é hora de ceder e quando é hora de ficar. quando a intensidade é afeto,
e quando virou ansiedade disfarçada de amor.
então talvez o segredo não seja
apagar a intensidade, mas aprender a regulá-la. como se fosse um rádio antigo,
que você gira o botão até encontrar a estação certa. e quando encontra... tudo
flui.
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