— alô, quem fala?
— é a mulher-maravilha, com quem você quer falar?

foi assim durante muitos anos. pelo menos é como eu me lembro dela todas as vezes em que ligava em casa, quando pequeno. hoje em dia, ela atende o telefone como uma pessoa normal, mas eu sei que ali dentro, até hoje, existe a mulher-maravilha.

inclusive, tenho certeza de que, com o tempo, ela só trocou a capa pelo manto da invisibilidade — e segue sendo heroína mais do que nunca. dizem que a gente aprende com os danos, não com os anos. e eu posso afirmar que ela já suportou mais danos do que qualquer um que eu conheça. e baixou a cabeça? jamais. ela tem uma força quase sobre-humana. mesmo que por dentro eu saiba que haja dor, por fora... quem conhece, sabe. ela é gigante dentro de si mesma. e ela é a minha mãe.

eu estou sempre ao lado dela, em todos os momentos. trabalhamos juntos, e já até perdi a conta de quantas vezes nos desentendemos — dentro e fora do ambiente de trabalho. acontece. ela nunca foi uma pessoa fácil de lidar. acho que nem eu também. mas, a cada dia ao seu lado, mais eu me inspiro e tento seguir o seu exemplo: de fortaleza e de amor, de cuidado e de alguns palavrões.

ela é italiana. tem dois tons de voz: alto e gritando. chama atenção por onde passa. mas o seu carisma marca qualquer pessoa que cruza o seu caminho. eu nem tenho palavras pra expressar o tamanho do meu orgulho e admiração. acho que você, que está lendo, se a conhecesse, também sentiria isso. ela é um furacão, uma avalanche que te arrasta e você nem sabe pra onde — mas quando percebe, já foi.

meu espaço aqui é pequeno, mas meu amor é infinito. o nome dela é leda, mas eu prefiro chamar de mãe. e, às vezes, quando estamos sozinhos, de mulher-maravilha. parabéns, minha heroína. parabéns, mãe. parabéns, minha mulher-maravilha.
te amo. você sempre será a minha coca zero gelada no deserto.

@enricopierroofc