Ativista da causa animal pede fim da comercialização de fogos de artifício com estampido na Câmara Municipal

Por Portal Opinião Pública 12/12/2019 - 10:05 hs
Foto: Jornal Opinião Pública
Ativista da causa animal pede fim da comercialização de fogos de artifício com estampido na Câmara Municipal
Cristina Soto utilizou a Tribuna Livre para pedir mais atenção com essa pauta que afeta a todos

 

A ativista da causa animal e ex-coordenadora da Gerência de Bem Estar Animal da cidade, Cristina Soto Espinosa, criticou a utilização de fogos de artifício com estampido em comemorações e pediu a proibição do uso e da comercialização destes artigos na cidade.

Utilizando a Tribuna Livre para falar sobre o tema, Cristina leu um artigo que ressaltava a forma inaceitável como esta prática afeta as vidas de pessoas e animais, devido ao barulho gerado pelos rojões, como é popularmente conhecido este tipo de material. Segundo ela, tais ações provocam incômodos graves não somente em animais domésticos, como cães e gatos e aves - que podem vir a óbito devido aos sustos causados pelos estampidos, uma vez que os animais possuem uma audição aguçada -, mas também nos seres humanos, especialmente em bebês, idosos e em pessoas autistas ou que sofrem com alguma enfermidade.

A ativista utilizou como exemplo a cerimônia de entrega de 53 novos ônibus para Mauá, ocorrida no Paço Municipal no dia 8 de outubro. Na oportunidade, o evento foi encerrado com uma queima de fogos de 11 minutos. Além disso, ela citou que o período de festas de fim de ano é crítico para os criadores de animais. “Havia a necessidade de soltar tantos fogos com o rojão, com o estampido, em uma entrega de ônibus? Já não basta o final de ano, a época festiva em que todo mundo tem que ficar estourando rojão?”, questionou a ativista, completando em seguida. “Tem a necessidade de um representante do povo fazer uma situação dessas, colocar em risco os animais silvestres que têm aqui?”, disse Cristina, criticando o prefeito Atila Jacomussi (PSB) pelo uso dos fogos. A fala, entretanto, causou um breve bate-boca entre ela e o vereador Admir Jacomussi, pai de Atila, que apontou a empresa Suzantur como responsável pela queima de fogos. “Vocês têm que fazer eles parar, não tem que ter fogos”, pontuou.

Por fim, Cristina destacou não ser contra a comercialização dos fogos de artifício de um modo geral, e sim, somente daqueles que possuem o estampido. “A gente não quer proibir os fogos no geral, a gente quer proibir o estampido, que é o rojão, aquele barulho que incomoda”, afirmou Cristina, relembrando que cidades como Santos já possuem leis que proíbem o uso destes artigos.

No município litorâneo, uma Lei sobre os fogos na cidade foi regulamentada em 2017, pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que pode gerar multas aos munícipes que forem flagrados soltando rojões, bombas ou morteiros. Na cidade, a fiscalização deste tipo de prática está a cargo da Guarda Municipal, dos fiscais de posturas da Secretaria de Finanças e dos fiscais da Secretaria de Meio Ambiente. “A cidade de Santos tem essa lei aprovada, porque na última soltura de fogos morreram muitos peixes”, citou.

Além de sua fala na Câmara Municipal de Mauá, Cristina também criou uma petição online no site Avaaz.org, pedindo a proibição da venda de fogos de artifício com estampido. Até o fechamento desta edição, a petição havia sido assinada por 1.057 pessoas.