Em sua primeira eleição municipal, Juiz João Veríssimo mostra suas propostas

Por Portal Opinião Pública 22/10/2020 - 10:33 hs
Foto: Divulgação
Em sua primeira eleição municipal, Juiz João Veríssimo mostra suas propostas
Mesmo sem tanta experiência política, juiz João Veríssimo tem se habituado a nova rotina

Participando pela primeira vez da corrida eleitoral pelo Paço Municipal de Mauá, o juiz João Veríssimo (PSD) tem se mostrado cada vez mais a vontade no dia a dia da política. Após uma bem-sucedida carreira no Poder Judiciário e de uma rápida passagem pelo mandato interino da vice-prefeita Alaíde Damo (MDB), como secretário de Governo, o juiz aposentado tem investido em sua campanha eleitoral e percorrido a cidade apresentando suas ideias à população.

Quarto entrevistado do Jornal Opinião Pública em uma série de conversas exclusivas com candidatos da cidade, Veríssimo detalhou como avalia as principais necessidades da população mauaense e quais serão suas propostas para o município. Confira abaixo. 

Jornal Opinião Pública - A saúde é uma das principais preocupações dos mauaenses no momento. Como é possível melhorá-la? 

João Veríssimo - A Saúde é, infelizmente, um dos principais problemas da nossa cidade e isso acontece por falta de gestão. Por exemplo, fizemos um estudo que mostra que somente com o remanejamento de funcionários é possível ampliar o horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde até às 21h.

Em relação ao Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, nós vamos assumir o controle do hospital. Já está claro que a estadualização não será feita, então, precisamos resolver o problema do nosso único hospital colocando pessoas técnicas para gerenciar e oferecer um atendimento digno ao povo. E como fazer isso? É preciso enxugar a máquina. Economizar onde é possível, diminuindo secretarias e cargos comissionados, para contratar o que a cidade realmente precisa: médicos, enfermeiros, especialistas.

Outro ponto importante na Saúde de Mauá é a informatização do sistema municipal com prontuários digitais e a criação de um aplicativo para agendamento de exames e consultas. Com isso, aumentamos o controle das agendas e agilizamos o processo.

É importante destacar que todas as propostas colocadas no nosso Plano de Governo são executáveis. Sabemos que a Saúde precisa de mais dinheiro! Somente reduzindo o total de secretarias de 23 para 16 e cortando cargos comissionados, temos uma expectativa de economizar, no mínimo, R$ 1 milhão por mês. 

JOP - Muitos pais reclamam sobre a falta de vagas em creches da cidade. Qual caminho pode ser seguido para resolver esse problema? Além disso, é possível que, pós-pandemia, a cidade sofra com a migração de alunos da rede particular para a pública. É possível atender essa nova demanda? 

JV - A fila de espera nas creches de Mauá era de 3 mil vagas antes da pandemia, ou seja, esse número pode ter aumentado ainda mais. Esse é um problema que afeta toda a família, mas principalmente as mães que, na maioria das vezes, ficam com a responsabilidade de cuidar dos filhos pequenos. Para resolver isso, implantaremos o programa “Mauá pelas Crianças” para criar parceria com igrejas, empresas e terceiro setor e zerar a fila de espera. Esses convênios serão feitos sempre priorizando o conforto das crianças e um espaço que ajude no desenvolvimento dos alunos.

Priorizando ainda o bem-estar das crianças vamos ter o “Cartão-merenda para sempre”. O benefício vai aumentar o orçamento das famílias mauaenses todo mês. É mais dinheiro para melhorar a alimentação dos alunos fora do horário escolar. 

JOP - O que precisa ser feito para melhorar o serviço de transporte público coletivo e a estrutura dos terminais rodoviários em Mauá? Afinal, esse é outro setor que gera muitas reclamações da população. 

JV - Mauá é uma cidade muito grande para que só uma empresa de ônibus tenha concessão do transporte público. Isso precisa mudar. Precisamos de maior frota de ônibus e de veículos novos com acessibilidade para idosos e pessoas com deficiência. Não podemos aceitar que as pessoas fiquem mais de uma hora esperando no ponto. O povo de Mauá precisa ter dignidade ao usar o transporte público, afinal de contas, o serviço é pago e a passagem não é barata. 

Para fiscalizar os horários dos ônibus e ser um facilitador na vida das pessoas, vamos colocar para funcionar o aplicativo “Onde meu ônibus está?”, que vai monitorar o tempo de trajeto dos ônibus.

O conforto também passa pela estrutura dos terminais rodoviários, que merecem uma reforma de verdade, não apenas banho de tinta. Outra coisa, a integração dos ônibus com o trem precisa sair do papel e se tornar realidade no terminal central. 

JOP - Quais são as políticas públicas que você pretende implantar para garantir mais segurança aos munícipes? 

JV - O primeiro passo é trabalhar a segurança de forma estratégica. Para isso, nós vamos instalar câmeras de monitoramento nas principais vias da cidade, seguindo o modelo do Detecta, implantado pelo governo do Estado. Com as câmeras instaladas em Mauá, o nosso sistema poderá se integrar ao estadual que é muito mais amplo, pois conta com informações das polícias Militar e Civil.

Por outro lado, reforçaremos a Guarda Civil Municipal com ampliação do efetivo por meio de concurso público. Para os guardas que já estão na ativa, vamos oferecer cursos de capacitação e qualificação. A central 156 também passará por adequações para atender melhor as ocorrências que chegam pelo telefone. 

JOP - Especialmente com a pandemia, temos visto um número cada vez maior de pessoas desempregadas ou no trabalho informal. Quais meios podem gerar mais empregos na cidade e aproveitar melhor o potencial do polo industrial de Mauá? 

JV - Mauá precisa resgatar a credibilidade com os empresários. Isso só será feito com uma gestão séria e honesta. Com tantos escândalos de corrupção, as indústrias saem da cidade e levam os nossos empregos.

Além de oferecer um ambiente seguro para investimento, precisamos qualificar a mão de obra do trabalhador e da trabalhadora com cursos no período noturno, por exemplo. Fortalecer a parceria com o SEBRAE para promover também orientações ao micro e pequeno empresário.

Outra proposta é criar o Banco Municipal de Oportunidades Profissionais, uma plataforma digital para divulgação das vagas existentes na cidade. O mauaense se cadastra e recebe as oportunidades pelo WhatsApp. 

JOP - O que pode ser feito em Mauá para levar mais opções de cultura, esporte e lazer para os munícipes, principalmente para os jovens? 

JV - Queremos descentralizar a cultura, articular parcerias com associações de bairro, ONG’s e as próprias comunidades para levar atividades e oficinas culturais para mais perto das famílias, além das ruas de lazer, que vai levar essas atrações para o espaço aberto. No caso dos jovens, esses locais podem abrigar saraus e batalhas de MC’s, por exemplo.

Vamos aproveitar também a cultura de várzea de Mauá e usar os campos para receber os alunos da rede pública fora do horário de aula, com atividades físicas monitoradas.

O Paço Municipal também vai voltar a ser um ponto de encontro seguro para as famílias que desejam passar mais tempo juntas. Durante o verão, as piscinas públicas serão abertas para a população também junto com atividades específicas para esse período do ano. Esse é o nosso programa “Momento Verão”.  

JOP - Mauá tem muitas famílias vivendo em situação irregular e também em áreas de risco. Qual a sua política para melhorar essa situação? 

JV - O povo precisa de orientação, por isso, vamos criar o programa “Regulariza Mauá”, que pretende regularizar os imóveis com assistência jurídica e orientação técnica de engenheiros e arquitetos.

Existem muitas maneiras de regularizar áreas, por isso que cada caso deverá ser analisado com olhar humano e dentro da lei. 

JOP - Ainda existe uma deficiência na cidade com relação aos serviços urbanos simples, como iluminação pública e tapa-buracos. O que pode ser feito para diminuir esses problemas? 

JV - A zeladoria urbana é obrigação do poder público, mas esse dever não tem sido cumprido nos últimos anos. Costumo dizer que Mauá é a cidade das praças abandonadas. Vamos intensificar a operação cata-bagulho e criar uma política de coleta seletiva.

Para colocar a nossa cidade em ordem, contaremos com a ajuda dos moradores. Por meio do aplicativo “Mais Cidadão”, a população poderá registrar os locais que precisam dos serviços de zeladoria, como capinagem, roçagem, pintura e troca de lâmpadas.