Governo de Mauá recua após confirmar contratação de empresa que possui vínculos com grupo investigado pela PF

Por Portal Opinião Pública 09/04/2021 - 11:51 hs
Foto: Leandro Laranjeira / Divulgação

A administração mauaense suspendeu, nesta quinta-feira (8), a homologação de um contrato entre a empresa Magsi Comércio e Prestação de Serviços de Limpeza e Conservação Ltda e a SAMA (Saneamento Básico do Município de Mauá) para serviços de aluguel de veículos. Um dia antes, o acordo havia sido confirmado no Diário Oficial de Mauá, pelo valor de R$ 73.896,00, referente ao Pregão Presencial n°. 001/2021. 

No texto que confirma a suspensão da contratação, também publicado no Diário Oficial e assinado pelo atual superintendente da autarquia, Rangel Souza da Silva, o governo mauaense informou que a decisão serve para que seja feita a análise jurídica do caso. Além disso, a Magsi terá um prazo de três dias úteis para apresentar suas justificativas sobre “possível impedimento legal de contratação”. 

A empresa tem em seu quadro societário Maria José Cantarelli Garcia, que também é sócia da Garloc Transportes, Logística e Locações Ltda, firma que está proibida de assinar contratos com o Paço mauaense. As informações foram trazidas pelo jornal Diário do Grande ABC nesta quinta-feira. 

De acordo com a reportagem, Magsi e Garloc possuem vínculos que vão além da presença de Maria José Garcia como sócia de ambas as firmas. Dados da JUCESP (Junta Comercial do Estado de São Paulo) e do portal da Receita Federal apontam que as empresas estão registradas no mesmo endereço, na Avenida Barão de Mauá, 2.347, no Jardim Maringá, e possuem um mesmo número de telefone. Entretanto, cada firma possui seu próprio CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica). 

Ainda segundo o Diário, a Magsi assumiu, no ano passado, o mesmo serviço de locação de carros para a Câmara Municipal, atividade que anteriormente já foi prestada pela Garloc. 

Em 2018, a Garloc foi investigada pela operação Trato Feito, da Polícia Federal. Na oportunidade, a ação apurava supostos pagamentos de propinas para o ex-prefeito Atila Jacomussi (PSB) e para alguns vereadores com intuito de obter vantagem em licitações. Os investigados negam as acusações, mas após as averiguações, o TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), proibiu a empresa de firmar contratos com órgãos públicos.