Atila garante: “vou estar nas urnas e serei deputado por Mauá”

Por Portal Opinião Pública 19/08/2021 - 10:14 hs
Foto: Jornal Opinião Pública
Atila garante: “vou estar nas urnas e serei deputado por Mauá”
Atila discursa na Câmara de Mauá quando era prefeito

O ex-prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (Solidariedade), voltou a ser o centro dos holofotes na política mauaense nos últimos dias. Na última semana, o ex-chefe do Executivo teve suas contas de 2017, primeiro ano de seu mandato no Paço, reprovadas pela Câmara Municipal, em decisão que ele enxerga como injusta e incoerente.

Entretanto, mesmo com o momento conturbado, Atila não deixou de demonstrar otimismo, afirmando que conseguirá reverter a decisão do Legislativo em breve. Mas ele não quer parar por aí. Deputado estadual entre 2015 e 2016, ele também deseja voltar à Assembleia Legislativa e garante que sua participação nas eleições de 2022 é algo concreto.

Em entrevista exclusiva ao Jornal Opinião Pública, Atila fala sobre como interpretou a decisão do Legislativo mauaense, sobre como vê a Câmara atualmente, se sentiu-se traído ou se há rusgas com ex-aliados políticos, como ele vê possíveis candidaturas na cidade para o pleito do ano que vem e de que forma ele deseja trabalhar pela cidade, caso eleito. 

Jornal Opinião Pública - Atila, você demonstrou muito animado em relação a sua situação eleitoral mesmo após a decisão da Câmara de Mauá, garantindo que seu nome estará nas urnas no próximo ano. A que se deve esse otimismo? 

Atila Jacomussi – Em primeiro lugar, nós nos mantemos muito estimulados com as eleições de 2022. O que traz essa energia é o sentimento das ruas, o sentimento das pessoas, o reconhecimento. Não basta você apenas ser conhecido, é preciso ser reconhecido. E o nosso trabalho é reconhecido pelo povo de Mauá, foram quase 90 mil pessoas que digitaram 40 nas últimas eleições e que ainda lembram e continuam comparando o nosso governo com o atual. Então isso nos deixa animado, confiante e motivado com o desafio de que Mauá volte a ter um deputado que lhe represente, assim como a microrregião de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. 

JOP - Quais têm sido os passos de sua defesa em relação a esse processo? Você acredita que a decisão pode ser revertida com o cancelamento do Decreto Legislativo? 

AJ – A confiança é muito grande, pois contra fatos não há argumentos. Nossa defesa vai se amparar, primeiro no fato de que nossas contas não apresentaram dano ao erário e porque não houve dolo. E o segundo ponto é que houve, claramente, cerceamento de defesa por parte da Câmara Municipal, pois eu deveria ter sido notificado durante o percurso da transição da apuração da Comissão de Finanças. E acredito que a justiça será feita, como foi feita no impeachment, que todos se lembram foi um impeachment ‘tabajara’ e que levou nossa cidade ao caos, trazendo medo e falta de expectativa ao povo. Tenho certeza que a justiça será feita e tenho fé na justiça divina. Acredito em Deus e acredito no povo. 

JOP - De que maneira você recebeu a notícia de que a Câmara de Mauá reprovou suas contas referentes a 2017? 

AJ – Recebi a notícia com estranhamento e muito triste, até porque grande parte dos 23 vereadores que compõem o Legislativo hoje, 19 fizeram parte do nosso governo. E é uma total falta de coerência você reprovar aquilo que você fez parte. Por outro lado, esse fato me traz total tranquilidade porque a aprovação que eu busco não é da Câmara ou da classe política. A aprovação que eu busco é do povo. 

JOP - Como você enxerga a Câmara Municipal hoje e a condução do processo no Legislativo? 

AJ – Enxergo com muita tristeza. Eu já fui vereador e sempre via a Câmara como a casa do povo, um lugar que realmente amparava e fiscalizava os direitos da população. Agora estamos vendo que a Câmara virou, nos últimos tempos, um celeiro de golpes, onde os interesses políticos estão acima dos interesses públicos. Pessoas estão ali simplesmente para destruir carreiras e sonhos, tudo pelo seu interesse pessoal. Mas quero que uma frase fique marcada em minha resposta: ‘o povo pode perdoar tudo, mas o povo não perdoa ingratidão e traição’. 

JOP - Você se sentiu traído por pessoas que compuseram sua chapa e que estiveram diretamente ligadas às suas campanhas e ao seu mandato e que votaram contra suas contas? 

AJ – Eu não digo traído, mas sim decepcionado porque uma coisa que meus pais me ensinaram foi ter gratidão e aquelas pessoas que não têm gratidão não têm caráter. As pessoas têm o direito de alcançar o que outras já alcançaram, mas elas não têm o direito de agir de forma rasteira e baixa ou então tirar o sonho de outras pessoas, de outro homem. E como já disse, quem vai julgar tudo isso é Deus e o povo. Eles vão colher o que plantaram e a melhor resposta que poderei dar será minha vitória, me tornando deputado e atuando pelo povo mais pobre dessa cidade. 

JOP - Existe algum tipo de rusga entre você e seu grupo e os atuais parlamentares? Acha que isso possa ter influenciado na decisão? 

AJ – Não, nunca existiu rusgas. Tenho na minha consciência que nunca fiz mal pra ninguém, pelo contrário. Sempre governei pensando no povo e atendendo os interesses públicos. Às vezes acabamos não atendendo interesses pessoais e algumas pessoas se decepcionam, mas eu acho que o que mais influenciou no voto de alguns vereadores é uma única palavra: inveja. Muitas pessoas querem chegar ao poder e acham que devem passar por cima de outras. Agora o pior é quando alguns querem ser o que você é. Se torna até perigoso para quem tem esse reflexo. 

JOP - E como seu trabalho será desenvolvido nos próximos meses visando a campanha eleitoral de 2022? 

AJ – Em primeiro lugar nossa marca tem que continuar e a grande marca do Atila é estar próximo do povo, ouvindo as pessoas e levando informação e esperança. Nós nunca faremos a política do ódio, nossa política é a política do amor, do desenvolvimento, é acolher as pessoas. E quando tivermos maiores desafios, sei onde posso me amparar, em quais braços tenho que parar. Vou parar nos braços do povo. 

JOP - Você acredita que algumas das possíveis candidaturas a deputados estaduais são de pessoas com real vontade em representar Mauá ou servem para atender os interesses de algum partido? 

AJ – O povo de Mauá é muito inteligente e vai saber diagnosticar quais candidaturas são reais, que cuidarão dos interesses do povo, buscando investimentos para a cidade. Agora, a grande maioria das candidaturas está lá, simplesmente para tratar de interesses partidários ou empresariais de alguns grupos políticos. E a minha candidatura é para atender os interesses do povo. Eu tenho um compromisso com o povo da nossa cidade, com o povo pobre, que sonha, que quer ver seus sonhos realizados na cidade. Agora, 95% das candidaturas são do PT, que se não são de forma direta, são de forma indireta, mas que estão totalmente ligadas à gaveta do atual prefeito. 

JOP - Você já ocupou o cargo de deputado estadual antes de assumir o Paço. Qual a importância para Mauá em ter um representante na Assembleia Legislativa? 

AJ – É claro que é muito importante e se faz necessário, pela grandeza de Mauá, que tenhamos um deputado estadual e um federal. Já faz algum tempo que não temos deputados, o último fui eu e, por coincidência, o último projeto de relevância que Mauá teve foi feito pelas minhas mãos com a chegada do Poupatempo, com programas sociais como a ‘Carreta da Mamografia’, o programa Via Rápida, que conseguimos junto ao governo do estado. E como prefeito reativamos o PAC Cerqueira Leite, o PAC Oratório e o PAC Chafik, fizemos as grandes obras de pavimentação e conseguimos realizar o grande sonho do mauaense em acabar com o problema de falta de água com a chegada da Sabesp. É muito importante que a cidade tenha um representante, mas que seja uma pessoa comprometida e que conheça as dificuldades do povo. Não adianta termos deputados estaduais ou federais que tratem dos interesses de empresários ou de grupos partidários. Nunca serei um deputado que tratará desses interesses. Continuarei sendo, como fui o prefeito do povo, o deputado do povo de Mauá.