A partir desta semana, o Jornal Opinião Pública inicia uma série de entrevistas com candidatos a deputados estaduais e federais da região, com o intuito de apresentar aos eleitores de Mauá e do Grande ABC alguns dos postulantes aos cargos parlamentares na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e na Câmara Federal que desejam representar a região nas duas esferas.

E para a estreia desta série, o primeiro convidado é o vereador mauaense Ozelito José Benedito, o Irmão Ozelito, confirmado como candidato a deputado estadual pelo PSC (Partido Social Cristão).

Atualmente em seu quarto mandato na Câmara Municipal de Mauá, Ozelito, de 51 anos, disputará uma cadeira na ALESP pela segunda vez – a primeira foi em 2010, quando alcançou 24 mil votos – e deseja utilizar a sua experiência parlamentar e o conhecimento de sua formação em gestão pública para dialogar com prefeitos, governo do Estado, e trabalhar por áreas como saúde, habitação e educação. 

Jornal Opinião Pública – O que te motiva a disputar pela segunda vez o cargo de deputado estadual? 

Irmão Ozelito – Pelo fato de estar no quarto mandato como vereador na cidade, por já ter essa experiência dos últimos anos e por ter disputado as eleições em 2010, quando fui muito bem votado, com mais de 24 mil votos e ter ficado na terceira suplência. Hoje sou graduado em gestão pública e conheço a máquina pública, além de já ter trabalhado como assessor da Prefeitura de Ribeirão Pires, o que me trouxe um grande conhecimento.

E hoje, vendo a situação, não só de Mauá, mas de toda a região e a necessidade de ter deputados estaduais que possam trabalhar por nossa região, acredito que há um espaço que nos permita ganhar a eleição e fazer um trabalho legal para a região. 

JOP – Você citou essa experiência de quatro mandatos na Câmara de Mauá, uma cidade importante na região. No que essa experiência parlamentar pode ajudar em um possível mandato? 

IO – Entendo que o mandato do deputado estadual trabalha bastante na questão do diálogo entre o governo do Estado e os prefeitos das cidades de cada região. Acredito que eu possa ajudar muito, através desse diálogo, não só a microrregião formada por Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, mas a muitas cidades do interior que precisam do apoio de um deputado. 

JOP – E já há alguma definição sobre como será feito seu trabalho durante a campanha? 

IO – Nós estamos ainda nos últimos preparativos, nos últimos dias. Sempre falo que cada eleição precisa de uma estratégia, que uma eleição é diferente de outra. Mas vou trabalhar bastante. A partir da 0h do dia 16 (de agosto, data de início oficial de campanha) estarei nas ruas da cidade, da região e do estado, até às 17h do dia 2 de outubro (data da eleição) e se Deus quiser vou trabalhar muito e fazer o que estiver ao meu alcance para representar nossa cidade, nossa região e nosso estado. 

JOP – Ozelito, sendo um vereador de quatro mandatos em Mauá, você deve conhecer as demandas da população mauaense. De todas elas, você consegue elencar quais são as principais e quais poderiam ser trabalhadas em um possível mandato? 

IO – Os últimos deputados estaduais que tivemos na cidade acabaram renunciando para disputar as eleições pra prefeito. E eu pretendo, se Deus quiser, cumprir meu mandato durante os quatro anos, caso eleito, e fazer um trabalho em consonância com os prefeitos da cidade, até porque sou uma pessoa de fácil diálogo. Não vejo partido A ou B, minha tarefa será ajudar a cidade e a população, partindo pela saúde. Sabemos das demandas dessa área e as dificuldades que os últimos prefeitos têm tido em busca de melhorar a saúde, principalmente o Hospital Nardini, com essa briga que já vem há muitos anos na questão da estadualização (da unidade) ou até mesmo de o Estado bancar metade dos custos, pois sabemos que o Estado banca muito pouco em relação ao que se gasta. Existe também a questão habitacional, já que sabemos do déficit grande que existe na cidade e na região nesta área. Outra área com a qual tenho muita vontade de trabalhar é a questão de parcerias com entidades para que venha a reduzir (a demanda de) vagas em creches. Muitas famílias estão precisando (dessas vagas) e o município sozinho não consegue (resolver o problema). Se tivermos um deputado que seja parceiro do município, das entidades, você consegue trazer emendas parlamentares e o Estado para mais próximo e resolver problemas nessas áreas, que são chaves. E também tem a questão da segurança. Acredito que o Estado, principal responsável por esse setor, tem de ser mais cobrado. Precisamos de mais efetivos, de mais apoio no monitoramento... e independente de quem seja o prefeito de cidade A, B ou C, quero ajudar a população e as cidades a melhorar e a ter expetativas melhores para a região. 

JOP – Há muito tempo Mauá não possui representantes na Câmara Federal e Na ALESP. Como você pretende trabalhar para mudar esse cenário e mostrar a importância para a região em ter um representante parlamentar? 

IO – Se colocarmos só o Grande ABC, acredito que tenhamos mais de dois milhões de eleitores. Então, a região tem um potencial para eleger. Já tivemos no passado oito, dez deputados eleitos. Então, o ABC tem condições. Mas não vamos trabalhar só o ABC, temos parte da zona leste (da capital) muito próxima daqui. E vamos assumir um compromisso com a população de que sendo eleito, não estarei nas urnas em 2024, até porque desejo fazer um mandato de excelência e mostrar a importância que é ter um parlamentar do Estado mais próximo da população. 

JOP – Ozelito, você já citou que deseja manter um diálogo com os prefeitos da região, caso eleito. E como será o diálogo com o Governo do Estado, principalmente para mostrar a importância de Mauá e das outras cidades do ABC para o desenvolvimento do estado? 

IO – Sempre fui um parlamentar que preza pelo diálogo e sempre cito uma frase que diz que “sempre precisamos estar abertos a novas conversas, independente de sigla partidária”. A população precisa estar em primeiro lugar. Espero que nosso candidato ao governo, Tarcísio de Freitas, seja eleito para dar uma oxigenada no estado, já que ele é um homem muito inteligente e trabalhador, que mostrou no trabalho que fez como ministro da Infraestrutura. Mas, se porventura, ele não venha a ser o governador, não pretendo ficar brigando. Pretendo dialogar para ajudar as cidades, o que é o mais importante.