Candidata a deputada estadual, Dra. Sandra Vieira é a entrevistada da semana no Jornal Opinião Pública
Retomando a série de entrevistas com os candidatos a deputados estaduais e federais da região, o Jornal Opinião Pública conversou nesta semana com a ex-vereadora em Mauá Dra. Sandra Regina Vieira, candidata do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) a uma vaga na ALESP.
Aos 65 anos, a odontóloga, ex-vereadora e ex-secretária da Saúde em Mauá, busca uma cadeira na Assembleia Legislativa após ter sido a última mulher vereadora na cidade em busca de mais representatividade para a cidade e para a região do Grande ABC.
Na conversa, Dra. Sandra falou sobre a necessidade de mais atenção com áreas como a saúde, sua especialidade, geração de emprego para os jovens, habitação e também sobre a falta de representatividade feminina na política e de candidatos da região nas esferas estadual e federal.
Jornal Opinião Pública - Qual a sua motivação para se candidatar a uma cadeira na ALESP em 2022?
Dra. Sandra Vieira – A motivação é que nós vemos em Mauá e na região que não existem representantes da ALESP. Poucos deputados estaduais representam a cidade e sabemos que existem verbas que poderiam ser encaminhadas à cidade, mas que acabam indo para outros municípios, principalmente para áreas que precisam de mais atenção, como a saúde, a educação, a segurança pública, entre outras. Então, é isso o que me motiva e por isso me coloquei à disposição da cidade, com o intuito de ajudar Mauá e trazer essa representatividade que precisamos.
JOP – A senhora já definiu como seu trabalho será desenvolvido em caso de um possível mandato?
SV – Por conta de já ter sido secretária de Saúde em Mauá, coordenadora de Saúde em Santo André e por já ter integrado área do governo em Ribeirão Pires meu trabalho será focado na área da saúde. Tenho um grande conhecimento da região e sei que essa é uma área que demanda de mais atenção e investimentos. Acredito ser possível trazer projetos que vão melhorar a atenção aos idosos, a saúde da família e também verbas que possam melhorar a infraestrutura de equipamentos públicos que servem à população.
Outra área que também merece atenção é a oferta de cursos profissionalizantes para os jovens, que buscam ingressar no mercado de trabalho e que precisam de melhores oportunidades para tal.
JOP – Entre 2013 e 2016 a senhora teve um mandato como vereadora em Mauá. A experiência obtida nestes quatro anos como parlamentar municipal pode contribuir para um possível mandato na ALESP? E de que maneira ela pode auxiliar em uma legislatura?
SV – Com certeza. A experiência na Câmara Municipal é muito importante para entendermos o funcionamento do Legislativo. Claro que o funcionamento da ALESP é diferente de uma Câmara Municipal, pois ela engloba leis que irão servir todo o estado. Porém, foi uma experiência importante para que eu pudesse ter o entendimento sobre as funções do Legislativo e do Executivo, sobre a elaboração de projetos que competem aos parlamentares e ao governo e sobre a administração pública de uma forma geral.
Acrescento ainda que as experiências como secretária e coordenadora de Saúde também são importantes nesta ótica, pois foi nestas funções que pude conhecer um pouco melhor as estruturas do governo na questão de investimentos e elaboração de programas que possam beneficiar a população.
Além disso, tanto no Legislativo quanto no Executivo, sempre busquei estar próxima dos cidadãos, conversando sobre as demandas das áreas e buscando soluções que pudessem trazer benefícios globais para toda a cidade e não apenas para grupos específicos.
JOP - Conhecendo a população mauaense e os problemas enfrentados na cidade, quais seriam, na sua visão, as principais demandas do eleitorado neste momento e de que forma o trabalho de uma deputada estadual pode saná-las?
SV – O papel de um deputado, além de legislar, é buscar emendas parlamentares para o município. E a minha ideia é que essas emendas possam ser entregues não apenas para que a Prefeitura desenvolva seus projetos, mas também para as entidades sociais da cidade. Temos exemplos de associações, como a APONEM, que faz um trabalho excelente com pessoas portadoras de deficiências, a APASMA, que atende moradores de Mauá e de outros municípios, a Guarda Mirim de Mauá e a Associação Estrela Azul, que fazem trabalhos voltados para os jovens, e várias outras instituições que já têm uma atuação comprovada na cidade. Por isso é importante buscar essas emendas, que trarão benefícios a essas entidades, desde que elas apresentem seus projetos.
Também acredito que um deputado tem como função fazer a intermediação entre o governo estadual e o municipal, principalmente para a chegada de equipamentos e programas que ainda não estejam presentes nas vidas dos cidadãos. Sendo eleita, pretendo trabalhar para que Mauá possa ter um CRI (Centro de Referência do Idoso), que seria um equipamento público fundamental para atender os idosos da cidade.
Outro objetivo que enxergo como fundamental é ampliar o atendimento às mulheres, criando um centro de referência ainda maior ou até mesmo um hospital em que o público feminino possa se sentir devidamente acolhido, que tenha especialistas que possam auxiliar mulheres que tenham gravidez de risco, adolescentes que ainda não tiveram oportunidade de ter uma consulta ginecológica... todos esses são projetos que estarão como prioridade em um possível mandato.
JOP – Existe uma(s) área(s) específica(s) na(s) qual(is) a senhora deseja focar seu trabalho como deputada, caso eleita?
SV – Tenho uma enorme preocupação com alguns setores como a moradia e o saneamento básico, que acabam também fazendo parte de uma forma global da minha preocupação com a área da saúde.
No caso da moradia, hoje vemos que muitas pessoas, principalmente mulheres que são arrimo de família, estão vivendo em situações precárias, tendo em muitos casos de morar em casas emprestadas ou de favor. Por isso, é importante criar programas que possam dar a essas famílias moradias dignas, tendo essas mulheres como prioridade.
Já na questão do saneamento básico, é preciso investir pela regularização da coleta de esgoto e de abastecimento de água em muitos pontos de Mauá até como forma de prevenção a doenças que podem se espalhar em áreas onde o saneamento ainda é muito precário. Muitas pessoas ainda vivem em regiões onde há esgoto a céu aberto e isso as expõem aos mais variados tipos de doença.
E também é importante buscar investimentos para a educação, principalmente para cursos profissionalizantes de jovens, e na cultura e lazer, para oferecer mais opções às famílias e aos jovens mauaenses, que carecem de mais espaços como parques onde eles possam passar seus fins de semana, voltados a atividades que os estimulem.
JOP - A falta de representatividade feminina também é um problema no cenário parlamentar atual. Em Mauá mesmo há um exemplo disso já que as 23 cadeiras do legislativo são ocupadas por homens, sendo a senhora a última mulher vereadora na cidade. Como é possível mudar essa realidade e fazer com que mais mulheres ocupem cargos eletivos?
SV – Para mim, só veremos uma mudança neste cenário caso a obrigatoriedade de que as chapas tenham, pelo menos, 30% de candidatas mulheres passe a valer para que a composição das Casas Legislativas tenha, no mínimo, 30% de mulheres eleitas.
O que vemos hoje é a falta de prestígio da mulher no meio político, que se reflete na composição dos diretórios que são presididos, em sua grande maioria, por homens e onde as mulheres integram espaços de figuração. Portanto, a mudança desta realidade só irá acontecer caso as mulheres sejam de fato apoiadas nos partidos e em seus cargos. É inegável que temos capacidade de contribuir e nossa presença na política é fundamental para que as pautas que nos dizem respeito também possam ser ouvidas, discutidas e colocadas em prática.
JOP - Já há alguns anos que Mauá não possui representantes no legislativo, seja na esfera estadual, seja na esfera federal. Em sua opinião, a que se deve o insucesso das candidaturas mauaenses nos últimos pleitos?
SV – Acho que falta às figuras políticas da cidade construir um trabalho contínuo junto à população para que o eleitorado saiba a importância de termos representantes nessas esferas. Existem muitos tipos de investimentos que podem vir à cidade, mas que acabam não chegando pela falta de articulação, seja na ALESP, seja em Brasília, já que muitas vezes é mais fácil votar em um artista, ou em uma pessoa de notoriedade. Por isso é preciso conscientizar os eleitores sobre essa necessidade, sobre a importância de termos pessoas que conheçam nossas demandas nestes espaços.
JOP - De que forma é possível mudar esse cenário para que Mauá passe a ter representatividade na Assembleia Legislativa?
SV – Como disse, é preciso fazer um trabalho contínuo na cidade e não apenas nas épocas de eleições. Por mais que seja um trabalho que exija muito dos candidatos, é imprescindível que o eleitorado tenha claro que só podemos desenvolver projetos e conseguir emendas parlamentares com mais facilidade caso tenhamos representantes de nossa cidade e região fazendo essa interlocução junto aos governos estadual e federal.
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