Marcelo Oliveira consegue autorização para obras que devem acabar com enchentes na entrada da cidade

Por Portal Opinião Pública 16/03/2023 - 09:32 hs
Foto: Ubiratã Ventura - PMM / Divulgação
Marcelo Oliveira consegue autorização para obras que devem acabar com enchentes na entrada da cidade
Reunião do prefeito de Mauá com representantes da CPTM aconteceu no último dia 3

Após décadas de espera, enfim uma obra que pode resolver os problemas de alagamento na região do Paço Municipal de Mauá está prestes a ser iniciada. Em reunião com o atual presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Pedro Tegon Moro, no dia 3 de março, o prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), conseguiu a autorização da autarquia estadual para a realização de uma intervenção que garantirá maior drenagem na região da Avenida João Ramalho. O serviço, que promete mais do que dobrar a vazão de água a partir do piscinão do Paço Municipal, até chegar ao rio Tamanduateí, passará por baixo da linha férrea da linha 10 – Turquesa, administrada pela Companhia de Trens.

Demonstrando bastante otimismo com a novidade, Oliveira contou que as obras na região já haviam sido iniciadas em 2015. Porém, segundo ele, a gestão anterior acabou não dando continuidade ao serviço. “É uma grande conquista para a nossa cidade. As obras foram iniciadas em 2015, mas pararam em 2017, devido ao descaso e falta de empenho da antiga gestão em avançar nessas conversas com a CPTM”, disse o prefeito logo após a reunião. Ele completou ressaltando o quão urgente é essa obra.

“Mas entendemos que é essencial realizar urgentemente essa intervenção, para termos um reforço no combate às enchentes em Mauá”, afirmou Oliveira, que em janeiro deste ano já havia utilizado suas redes sociais para falar sobre a possibilidade da realização desta obra na região. Na oportunidade, o prefeito citou que esta seria uma “obra transformadora” para a cidade e que a população já aguardava há décadas por uma solução definitiva para o problema no local. Além disso, em entrevistas à mídia local, o petista já havia revelado a chegada de uma verba de R$ 7 milhões, oriunda do Governo Estadual, que auxiliaria no combate às enchentes.

Na última sexta-feira (10), Oliveira recebeu o Jornal Opinião Pública em seu gabinete e deu mais detalhes sobre os trabalhos que serão realizados no local. Segundo ele, foi através de um estudo, onde foram mapeados diversos pontos de alagamento na cidade ao longo das últimas décadas, que foi possível dar prosseguimento ao plano de realização desta obra. O prefeito mauaense ressaltou ainda, que além da CPTM, outras empresas e órgãos estão envolvidos no projeto.

“Chamamos a CPTM para conversar, a MRS (empresa de logística responsável por operar trens de carga na linha férrea que passa pela cidade), a Braskem e também o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) para que pudéssemos, em conjunto, solucionar alguns problemas, inclusive esse de aumentar a vazão da água que passa por baixo da linha férrea como prioridade”, afirmou Oliveira, lembrando ainda que parte da obra já havia sido realizada como contrapartida do DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S. A.), na época da construção da via que liga a cidade à Avenida Jacu Pêssego. “Foi realizado um lado em um governo, o outro lado em outro governo e ficou faltando a principal, que é por baixo da linha férrea, e que também é a mais cara. Para se conseguir essa autorização, nós tínhamos que conseguir recursos para realizar uma construção não destrutível, feita com aqueles tatuzões que vemos em São Paulo fazendo as obras por baixo da terra, sem atrapalhar o dia a dia das pessoas”.

Ainda de acordo com o prefeito, a relação com a CPTM e com a MRS se manteve sempre muito saudável, já que ambas têm interesses na cidade. A autarquia paulista está construindo, no momento, o Pátio Mauá Norte da Linha 10 - Turquesa, estrutura que ficará entre as estações de Mauá e Capuava e servirá como estacionamento para os trens. Já a MRS também possui demandas em relação à linha e já se alinhou com o Paço nesse sentido.

Quanto aos recursos para a execução das obras, Oliveira explicou que os R$ 7 milhões oriundos de um termo assinado junto ao Governo de São Paulo serão utilizados para a realização do serviço, que deverá custar em torno de R$ 10 milhões. O restante da verba será garantido pela municipalidade. Além disso, o prefeito demonstrou otimismo com a celeridade do processo, que deverá entrar em fase de licitação em breve.

“Está bem encaminhado. Sete milhões do Governo do Estado e o restante será da Prefeitura para que possamos fazer essa obra. Conversamos recentemente com a Braskem, que tem alguns dutos que passam por ali e é importante sabermos para não termos problemas. Estamos revendo as planilhas para que possamos soltar a licitação no próximo mês”, explicou.

Sobre a previsão de entrega da intervenção, Marcelo Oliveira revelou que a intenção é entregá-la antes do início do próximo verão, período em que as chuvas caem com maior intensidade e onde são registrados os maiores índices de alagamento na cidade. Outro ponto destacado pelo prefeito é de que as obras não irão atrapalhar a circulação dos trens na região, ponto importante para os usuários do transporte coletivo que precisam se locomover para as cidades vizinhas ou para a capital.

Já em relação a obra em si, a previsão é de que a drenagem mais do que dobre os atuais índices de vazão no local, melhorando assim o escoamento das águas pluviais em dia de chuva. “Hoje são 22 m³ por segundo de vazão e vai passar a ter 50 m³ por segundo, mais do que dobrar. Então a nossa expectativa e dos engenheiros que fizeram esse estudo é de que resolve o problema das enchentes. É claro que, quando vem uma chuva fora do normal, qualquer lugar pode ter problema. Basta ver a chuva que atingiu São Sebastião e o desastre que aconteceu. Mas essa questão de que qualquer chuva que cai inunda, isso vai acabar”.

Por fim, Oliveira também falou sobre as ações que a Prefeitura de Mauá tem adotado para diminuir a incidência de alagamentos em outras partes da cidade. “Temos limpado todos os córregos, bocas de lobo e acompanhado essas ações para que quando a chuva vir, não atinja tanto os moradores. Contratamos uma empresa para fazer um estudo das bacias em Mauá e estamos preparando um projeto de uma obra para a região do (Jardim) Boa Esperança. Estou indo para Brasília (o prefeito esteve na capital federal nesta semana) conversar com os Ministérios da Cidade e de Desenvolvimento Regional e estamos levando algumas propostas. Se tivermos condições de fazer, vamos preparar os projetos”, revelou o prefeito. Ele também deu um parecer positivo quanto a limpeza dos piscinões na cidade feita por órgãos do governo estadual. “Existia um período em que tínhamos dificuldade de conseguir (a limpeza dos piscinões), mas nestes dois anos que estamos aqui, eles têm cumprido o calendário, de três limpezas por ano. E em algumas vezes que pedimos, eles têm vindo nos ajudar. O que é importante falar sobre os piscinões é que apresentei um pedido para aumentar a capacidade deste piscinão do Paço. Além de aumentar a vazão, aumentar a capacidade desse reservatório nos ajudaria muito, porque ele é diferente do piscinão do Zaíra, por exemplo. No piscinão do centro, o rio passa por dentro dele, então ele já vai enchendo mesmo antes e precisa dele. No Zaíra, o piscinão é fora do rio. Então a água só vai depois que enche o rio. Então, a ideia é aumentar a capacidade de armazenamento deste piscinão, porque não temos como mudar o sistema dele. Na verdade até existe, e estamos conversando sobre isso”, finalizou.