Juiz João não se intimida com processo de Atila

Por Portal Opinião Pública 07/05/2020 - 09:09 hs
Foto: Divulgação
Juiz João não se intimida com processo de Atila
Mesmo sendo processado por Atila Jacomussi, Juiz João mostrou-se tranquilo em relação as denúncias

 

Após denunciar o suposto superfaturamento no Hospital de Campanha em Mauá e a contratação de empresa com fortes indícios de fraude, o Juiz João Veríssimo foi processado por calúnia e difamação. O autor da ação é o prefeito da cidade, Atila Jacomussi.

O advogado usou suas redes sociais para reafirmar sua posição à favor da transparência, que é dever da administração pública junto à população. “Não vou me intimidar com processos, pois durante toda a minha vida prezei pela verdade e pela honestidade. Não vai ser agora que irei desanimar”, defendeu o Juiz João.

O posicionamento dele é favorável à apuração dos fatos apresentados em suas duas denúncias, acatadas pelo Ministério Público de Mauá que abriu inquérito para investigar a montagem e o gerenciamento do hospital. “Tudo que parece ilícito precisa ser averiguado de perto, afinal de contas é o nosso dinheiro que está sendo investido, pois pagamos impostos. Se o processo for legítimo, não haverá problema algum em provar isso. A questão é que a verdade precisa aparecer”, destacou.

Para o advogado, a verdadeira forma de estar ao lado da população é oferecer serviços de qualidade. “Mauá virou notícia negativa nos jornais do Brasil inteiro. É uma vergonha. Ser um representante do povo é não roubar o dinheiro da merenda e do uniforme, por exemplo. Não podemos esquecer que o atual prefeito – que hoje me processa – está respondendo processos de corrupção e formação de quadrilha, após ser preso duas vezes”.

Na página do pré-candidato a prefeito de Mauá, as pessoas têm pontuado diversas reclamações sobre vários serviços municipais. “Mauá está afundada numa crise. As farmácias das Unidades Básicas de Saúde estão vazias, recebi relatos de demora na marcação de exames. Sem falar na falta de água em diversos bairros, o que afeta diariamente o morador, principalmente na pandemia, quando não é possível lavar as mãos corretamente como recomendado pela Organização Mundial da Saúde”, disse.

Sobre o Hospital de Campanha, o advogado tomou conhecimento de pessoas que chegaram lá com os sintomas da Covid-19, mas não foram testadas. “Vimos o número de casos e de mortes subir muito em Mauá nos últimos dias, o que é muito preocupante, tendo em vista que o equipamento exclusivo para atender os pacientes só possui 30 leitos. Sem falar no problema de subnotificação que pode ocorrer quando a pessoa não é testada. Um hospital desse valor deveria ter um atendimento mais eficaz”.

Relembre o caso

Juiz João Veríssimo foi autor da denúncia que indicou suposto superfaturamento no Hospital de Campanha. A ONG Atlantic foi contratada por R$ 3,2 milhões para gerenciar o local.

A instituição tem ligação com duas outras empresas - a Ocean Serviços Médicos Ltda. e a Gamp (Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública) – investigadas por desviar bilhões de reais dos cofres públicos.

O elo é o médico Gilberto Alves Pontes Belo, apresentado inicialmente pelo prefeito Atila como membro da Comissão de Gerenciamento de Crise da Covid-19, em Mauá.

Gilberto foi diretor médico da Gamp e é sócio da Ocean. A Atlantic está registrada em nome de Jéssica Alves Pontes Belo. A sede da Atlantic e da Ocean está registrada num terreno em obras na cidade de Caieiras – a área está registrada em nome de Gilberto.

O primeiro repasse para a Atlantic, no valor de R$ 1,079 milhão, foi feito no dia 13 de abril, duas semanas antes do hospital ser aberto.

Vale lembrar que foi decretado estado de emergência em Mauá, por isso, a contratação não foi feita por meio de licitação. A escolha da empresa foi feita pelo prefeito.