Preocupados com as dificuldades trazidas pela pandemia do novo coronavírus a diversas famílias de Mauá, o comerciante e professor de educação física José Tavares de Oliveira, o Zezinho do Bar do Sapo, e a bancária Kátia Simone iniciaram a campanha “Cesta Solidária”, com o intuito de arrecadar fundos para a compra de cestas básicas. A iniciativa conta com a parceria dos supermercados da rede Lourencini, responsável pela montagem dos kits, e, até o momento, arrecadou mais de quatro toneladas de alimentos que já foram doados em cerca de um mês.

Dono do Bar do Sapo, localizado na Vila Emílio, e engajado em diversas ações sociais ao longo dos últimos anos, Zezinho explicou como a ação funciona. Segundo ele, a cada R$ 50 doados, os supermercados Lourencini montam uma cesta básica contendo itens essenciais de alimentação como arroz, feijão, macarrão, fubá, entre outros para que as pessoas que recebam o kit possam se sustentar pelo maior período possível.

O comerciante destacou que a ideia para a campanha surgiu devido aos problemas enfrentados por várias famílias mauaenses, que já estavam em situação de vulnerabilidade social, nos últimos meses graças ao agravamento da pandemia no país, que causou a interrupção de diversas atividades de onde muitas dessas pessoas tiravam seu sustento.

“A campanha foi criada para sanar as dificuldades de comércios que já estão fechando, de DJs, músicos, famílias em situação de vulnerabilidade social... hoje, por exemplo, fui em um lugar onde moravam 15 pessoas, oito em uma casa e sete em outra. Todos desempregados”, contou.

O comerciante sugeriu ainda que as doações sejam feitas em grupos, para que não pesem no bolso de quem está disposta a ajudar. Uma das dicas de Zezinho, inclusive, é que em um coletivo de cinco pessoas, cada uma doe R$ 10. O professor de educação física deixou claro, no entanto, que tanto ele quanto sua amiga Kátia não receberão qualquer doação financeira em mãos e instruiu que os interessados em aderir a campanha depositem os valores diretamente nas contas do supermercado Lourencini, para agilizar o processo (confira os números das contas no box ao lado).

Ainda em relação a adesão à campanha, Zezinho afirmou que cada vez mais pessoas têm se prontificado a ajudar - inclusive empresários que preferiram não se identificar – fato que tem lhe animado. Porém, o comerciante revelou que mesmo com a boa ação, tem sido alvo de muitas críticas por parte de pessoas que acreditam em um cunho político da iniciativa, algo que ele nega veementemente. “Eu não envolvo política no meu trabalho. Nem eu nem a Kátia temos intenção de nos candidatarmos a cargos políticos”, enfatizou.

Já sobre a entrega das doações, Zezinho contou que tem conversado com pessoas de confiança que indiquem famílias que realmente estejam em situação de vulnerabilidade social e necessitando desta ajuda. Contudo, ele afirma que é preciso sempre realizar uma filtragem antes de entregar as doações. Além disso, devido a sua experiência de anos em meio a trabalhos sociais por toda a cidade, muitas pessoas já lhe procuram pessoalmente em busca de auxílio, como ele próprio relata.

“Hoje uma moça me procurou no Facebook, através de uma doadora. Fui na Vila Magini (conversar com a doadora) e ela disse que já tinha doado R$ 100. Mas fiz questão de levar uma cesta básica. Quando cheguei na casa, lá no Jardim Rosina, vi que ela tinha um boteco que não está podendo abrir e é a renda do marido dela. Quando desci com a cesta, ela começou a chorar... ela não está produzindo, o ganha pão dela está fechado”, explicou.

Por fim, Zezinho se colocou à disposição para esclarecer dúvidas e dar mais detalhes sobre a campanha. O contato pode ser feito através do whatsapp (confira o número no box ao lado).