Estudo do Butantan indica eficácia global de 50,38% da CoronaVac

Por Portal Opinião Pública 14/01/2021 - 10:49 hs
Foto: Governo do Estado de São Paulo / Divulgação
Estudo do Butantan indica eficácia global de 50,38% da CoronaVac
Apresentação dos dados de eficácia da CoronaVac aconteceu nesta terça

 

O Instituto Butantan informou, nesta terça-feira (12), que os testes realizados no Brasil apontaram que a eficácia da CoronaVac é de 50,38%. O anúncio foi feito durante uma entrevista coletiva junto do Governo do Estado. A taxa é um pouco maior em relação ao número mínimo de 50% de eficácia exigida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

De acordo com o Butantan, os resultados foram submetidos a um comitê internacional independente e neste momento estão com a Anvisa, para a análise do pedido de uso emergencial do imunizante no Brasil. A solicitação foi realizada na sexta-feira (8). O estudo envolveu 16 centros de pesquisa científica em sete estados e o Distrito Federal. O teste duplo cego, com aplicação da vacina em 50% dos voluntários e de placebo nos demais, envolveu 12.508 profissionais de saúde. Foram aplicadas duas doses da vacina com intervalos de duas semanas entre cada aplicação.

Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, os resultados são animadores e importantes para o país, dadas a quantidade de infecções e mortes pelo coronavírus. “É uma excelente vacina esperando para ser usada em um país onde morrem, no momento, em torno de mil pessoas por dia. Esperamos que as autoridades entendam o momento e ajudem nossa população a receber as vacinas o mais rapidamente possível”, afirmou.

Já o secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, destacou o impacto que a CoronaVac pode ter para o sistema de saúde. “Os dados são extremamente importantes no impacto da saúde pública, impedindo que as pessoas adoeçam de forma grave e sobrecarreguem hospitais. É a possibilidade de impedirmos que as pessoas morram”, disse. “Temos uma vacina que foi testada na vida real, no meio de uma pandemia e naqueles que eram mais expostos”, acrescentou.

Atualmente, o Butantan já dispõe de 10,8 milhões de doses da vacina em solo brasileiro e a expectativa é de que, no final de março, a carga total de imunizantes disponibilizados pelo instituto seja de 46 milhões de doses. O Plano Estadual de Imunização tem início previsto para o próximo dia 25. 

Taxa de eficácia 

Em relação aos dados divulgados nesta terça, a taxa de eficácia engloba todos os níveis de uma tabela que segue os protocolos da OMS e que vai do nível 0 (em que não há infecção) ao nível 10 (morte). Desta forma, os estudos mostram que quem for vacinado terá 50% menos chances de adoecer, caso seja contaminado pelo coronavírus.

Na apresentação dos números, o Instituto Butantan explicou a metodologia da testagem, demonstrando que para 4599 voluntários foi administrado o placebo e que 4623 participantes receberam a dose da CoronaVac. Nestes ensaios, 252 pessoas acabaram sendo infectadas pelo coronavírus e apresentaram sintomas de nível 2, considerados leves e que não necessitam de auxílio, sendo 85 entre os vacinados e 167 entre os que tomaram placebo. Isso mostra que 50,38% dos vacinados desenvolveram apenas sinais leves da doença.

Já as taxas de 78% e de 100% de eficácia, divulgados na última semana pelo Instituto Butantan, são referentes às análises dos níveis 3 em diante. Apenas sete pessoas vacinadas com o imunizante apresentaram sintomas do nível 3 – onde os sinais da doença ainda são leves, mas é necessário o atendimento ambulatorial – enquanto 31 voluntários que tomaram somente o placebo desenvolveram a doença neste estágio. Ainda entre os voluntários infectados, nenhum dos vacinados com a CoronaVac desenvolveu sintomas moderados ou graves da doença – que necessitam de internação, enquanto sete dos testados com o placebo tiveram e apresentaram esses sinais.

A pesquisa também demonstrou, segundo o Butantan, que o imunizante é extremamente seguro – nenhuma reação adversa grave foi registrada entre os participantes.