Dor e o tratamento com cannabis
Dificilmente, a partir de certa idade, uma pessoa acorda sem
dor. Não importa o motivo, elas simplesmente aparecem. Algumas vezes a culpa
cai no nosso dia anterior, ou mesmo sob o colchão. Mas, independentemente do
motivo, o importante é saber como tratá-la.
Durante anos usamos os anti-inflamatórios, como o
diclofenaco, medicações que hoje sabidamente causam problemas nos rins. As
classes de medicações foram se alterando e melhorando. Assim, passamos a usar
adesivos analgésicos e medicações intramusculares nas dores mais fortes.
Atualmente, contudo, uma nova classe se mostra benéfica. Os canabinoides.
Longe do preconceito de chamar a medicação de maconha. O
tramadol, que muitos usam ou já usaram, por exemplo, é uma medicação derivada
do ópio e comercializada sem preconceitos. Os canabinoides são produzidos por
nós, por isso têm seus receptores em nosso organismo, principalmente em células
de defesa e locais do sistema nervoso central (cérebro). Portanto, sua ação
pode beneficiar pessoas com problemas imunológicos ou mesmo neurológicos. Aí
que entra a dor.
Muitos pacientes apresentam quadros de dores devido a uma
ativação do sistema imunológico. É o caso das doenças que apresentam alteração
imune no intestino, como a Doença de Crohn e a Colite. Ambas as patologias apresentam
boa resposta ao tratamento com cannabis.
Um dos componentes da cannabis, o CBD, tem ação
anti-inflamatória e analgésica e, quando associado ao THC, ajuda na redução da
intensidade da dor e melhora o sono. Quem não gostaria de ficar melhor de uma
dor crônica e ainda dormir melhor? Associado a isso, essa medicação não causa
problemas renais como os já citados anti-inflamatórios.
Uma patologia que envolve muita dor e insônia é a
fibromialgia. Muitos artigos hoje relacionam a melhora da qualidade de vida dos
pacientes tratados com cannabis.
Além dessas dores, temos a neuropatia, uma dor
características das pessoas com diabetes, chamada neuropatia diabética. Neste
caso, o uso de cannabis está indicado para melhora da dor e controle metabólico
do paciente.
A cannabis não pode ser usada de maneira isolada. Ela
auxilia as medicações que o paciente já faz uso e, algumas vezes, no auxílio da
diminuição do número e da frequência do uso de medicações.
A prescrição de cannabis deverá ser realizada sempre por médico experiente com este tipo de medicação, pois uma dose abaixo do habitual pode não acarretar melhora no paciente e a medicação ser considerada ineficaz de maneira errônea.
Um forte abraço.
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