Câmara de Mauá adia votação de contas referentes ao terceiro ano do mandato de Atila Jacomussi
Os vereadores de Mauá decidiram, por unanimidade, adiar a
votação das contas de 2019 da Prefeitura de Mauá, período que se refere ao
terceiro ano de mandato do ex-prefeito e atual deputado estadual Atila
Jacomussi (Solidariedade). O balancete apresentado pelo ex-chefe do Executivo
de Mauá foi reprovado em análise do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo), em 2021.
A apreciação da pauta deveria acontecer nesta terça-feira
(14) em discussão e votação única, após a Comissão de Finanças do Legislativo
mauaense, formada pelos parlamentares Junior Getulio (PT), Alessandro Martins
(PDT) e Wellington da Saúde (Progressistas) rejeitar o parecer do tribunal por dois
votos a um. Na decisão, tanto Martins quanto Wellington foram contrários ao
parecer do órgão estadual, enquanto Getulio se mostrou favorável ao apontamento
do TCE-SP pela reprovação das contas.
Atual presidente da Casa, o vereador Geovane Corrêa (PT)
então solicitou que a votação fosse adiada por três sessões, alegando que a
medida visa “dar mais oportunidades de defesa com fulcro no princípio da ampla
defesa e do contraditório assegurados pelo artigo 5º do inciso 55 da Constituição
Federal”.
Decano da Casa de Leis mauaense e pai de Atila, o vereador
Admir Jacomussi chegou até mesmo a sugerir que a discussão e votação da pauta
fosse adiada por seis sessões. Entretanto, o pedido sequer chegou a ir para
votação. Após uma breve discussão no plenário, ficou decidido que o tema deverá
ser apreciado somente no próximo mês.
Além de Atila, a decisão também atinge a ex-vice-prefeita Alaíde Damo, que esteve no comando do Paço mauaense durante um curto período de 2019, antes de o ex-prefeito retornar ao cargo por meio de uma ordem judicial.
Derrotas
Nos últimos dois anos, Atila sofreu derrotas no Legislativo após
os parlamentares mauaenses acatarem os pareceres do TCE-SP pela rejeição dos
balancetes do ex-chefe do Executivo. Em 2021, durante a votação das contas de
2017, 15 vereadores optaram por seguir o parecer do tribunal de contas contra
cinco votos contrários e duas abstenções.
Já na análise das contas de 2018, ocorrida no ano passado, 17 parlamentares acataram o proposto pelo tribunal enquanto seis aprovaram as contas daquele período. Em ambos os casos, Atila precisava que dois terços da Casa, ou seja, 16 vereadores, fossem contrários ao parecer do TCE-SP.
Educação, precatórios e dívidas de curto prazo são motivos da reprovação
Segundo apontamentos feitos pelo relator das contas, Antonio
Roque Citadini, um dos motivos para a reprovação do balanço foi a não aplicação
da porcentagem mínima de 25% do orçamento municipal na área da Educação, como
rege a Constituição Federal. De acordo com a análise, o montante aplicado no
setor em 2019 foi de 22,75% dos recursos públicos, problema semelhante apontado
nas contas de 2018, que também foram reprovadas pelo TCE-SP. Naquele ano, foi
investido 23,12% da verba no segmento.
O relator também informou outros problemas nas contas
municipais. Ainda no setor da Educação, o tribunal apontou que os recursos do
Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) não foram
aplicados em sua totalidade. O TCE-SP também avaliou que a Prefeitura de Mauá
apresentou problemas nos pagamentos de precatórios, que segundo o órgão
“ocorreram de maneira insuficiente, sem a devida comprovação de quitação da
totalidade para exercício, bem como a ausência de transparência de informações
em relação aos requisitórios de baixa monta e parcelamentos”. Citadini julgou
ainda que a cidade não possuía liquidez suficiente para honrar com compromissos
de curto prazo.
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