Em entrevista, prefeito Marcelo Oliveira faz balanço do ano em Mauá

Por Portal Opinião Pública 07/12/2023 - 10:46 hs
Foto: Jornal Opinião Pública
Em entrevista, prefeito Marcelo Oliveira faz balanço do ano em Mauá
Marcelo Oliveira revelou que série de obras realizadas em Mauá é possível após reestruturação

Nesta sexta-feira (8), Mauá completa 69 anos. E em meio a uma série de obras, promovidas por sua gestão, o prefeito Marcelo Oliveira (PT) conversou com o Jornal Opinião Pública nesta terça-feira (5), para falar sobre o momento vivido pela cidade no que toca a quantidade de investimentos realizados ao longo do ano e o número de obras iniciadas em todo o território mauaense.

Conforme pontuou Oliveira, o volume de obras pela cidade é significativo, com a construção e reforma de unidades de saúde, escolas e terminais rodoviários; a ampliação no asfaltamento de vias em todas as regiões do município; a entrega de novos campos de grama sintética, de centros de referência social e as reformas no estádio municipal, nos ginásios poliesportivos e nos parques; os projetos de regularização fundiária e de construção de unidades habitacionais; o desenvolvimento de programas sociais, de capacitação e de discussão sobre o futuro de Mauá;  além dos investimentos provenientes de recursos do governo federal como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para melhorar a infraestrutura e urbanizar bairros mais carentes, entre outras ações.

“Para todo lado que vamos, temos obras na cidade”, resumiu.

O prefeito falou ainda sobre outras questões pertinentes ao município, como os atuais débitos, outras obras de impacto que estão em andamento, as discussões sobre o Plano Diretor e também deu uma perspectiva de como serão as ações para o próximo ano, o último de seu atual mandato. 

Jornal Opinião Pública – Como estão as dívidas de Mauá? Recentemente o senhor participou de algumas reuniões em Brasília, sendo uma delas com a Caixa Econômica justamente para discutir essa questão. De que forma a sua gestão vem trabalhando para equalizar os atuais débitos que o município possui? 

Marcelo Oliveira – Quando assumimos o mandato em 2021, tínhamos instabilidades política e financeira e um problema administrativo muito grande. De início baixamos um decreto para renegociar as dívidas e ter uma contenção de despesas. Isso deu muito certo na questão financeira, porque fechamos o primeiro ano no azul e neste momento nossas contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado e um dos destaques foi o superávit que tivemos em 2021.

Em 2022 também conseguimos fechar no azul, com todos os contratos em dia, e em 2023 já estamos em dezembro e com todos os contratos em dia, mas com uma tarefa muito grande de fechar as contas no azul, porque a desoneração da gasolina e da energia realizada pelo (ex-presidente Jair) Bolsonaro próximo ao período eleitoral fez com que as cidades perdessem recursos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). E isso aconteceu em todas as cidades. Em Mauá, estava beirando os R$ 100 milhões. Faremos uma reunião nesta semana para saber o quanto isso nos atingiu. E eu tive de fazer as articulações políticas junto ao Governo Federal. Vieram recursos de custeio para a cidade, emendas ainda estão chegando e, além disso, estamos conversando com o governo do estado para liberar os convênios que realizamos em 2022, na época em que o governador era o Rodrigo Garcia.

Conseguimos com a nossa equipe nos organizarmos e melhorarmos a nota do CAPAG (Capacidade de Pagamento) e o Rating para a nota triplo B, e com isso temos avançado bastante nas obras estruturantes da cidade através de recursos próprios, de parcerias com o governo federal e com instituições financeiras. 

JOP – Ainda sobre as reuniões em Brasília, nos últimos meses o senhor tem feito algumas viagens para lá em busca de novos investimentos para a cidade. Como está a relação com o atual governo federal e de que forma ele tem contribuído com Mauá? 

MO – A relação com o presidente Lula é muito boa, não só com Mauá, mas com as cidades do Brasil. O governo Lula é na história da república o mais municipalista que já existiu (...). A nossa relação é muito boa e isso tem nos ajudado a destravar PACs (investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento). Um exemplo é o PAC do Chafik, de R$ 79 milhões e que já foi assinado para recebermos R$ 7 milhões; o PAC Encostas, onde temos construído o Complexo Viário Zaíra/Santa Cecília segunda etapa, que interliga o Cerqueira Leite com a Vila Magini; também o PAC Mobilidade Urbana, dos terminais, e em breve publicaremos a licitação do Terminal de Ônibus do Itapark e já estamos fazendo o do Itapeva. Então, para Mauá e a nossa região é um ganho muito grande ter um governante que olha para os municípios. O dinheiro está lá, mas os problemas estão nas cidades. O povo cobra o governo, cobra os vereadores e nós vamos atrás de recursos. 

JOP – Em relação às obras, duas das principais no momento são a construção do Novo Terminal e as obras para o aumento da vazão do piscinão com o intuito de diminuir a incidência de enchentes nesta região. Como andam essas duas intervenções no momento e qual a previsão para a entrega de ambas? 

MO – As obras de aumento da vazão das águas ampliarão de 22 metros cúbicos por segundo para 50 metros cúbicos por segundo, então vai mais do que dobrar. Já foi feita a licitação, temos a empresa vencedora, já assinei a ordem de serviço, conversamos com a CPTM e a MRS e a obra que será realizada usa uma tecnologia avançada chamada não destrutível. Mas de uns meses para cá a CPTM pediu para que esperássemos um pouco porque estavam avaliando o projeto e a forma como seria realizada a questão do escoramento, porque vamos fazer a obra sem parar o funcionamento dos trens que passam pela linha. Então, em breve elas devem começar e, dado o início, a maioria das nossas obras tem prazo de 18 meses, mas ela deve ser realizada no total de 12 meses.

Quanto ao terminal, temos o do Itapeva, que será entregue no início do ano e era uma obra que estava paralisada após cancelar a licitação que era malfeita e que era para os terminais do Itapeva, Itapark e Zaíra e fizemos separadas. Com essa decisão, o terminal do Itapeva está praticamente pronto. Já a obra do Terminal Central é uma parceria público-privada que não tem um prazo determinado para se cumprir, mas temos dialogado para que possa acontecer o mais rápido possível. Há uma previsão de entrega deste terminal até dezembro do próximo ano e temos a expectativa que isso possa acontecer. É uma obra grande que trará um terminal moderno, com mais ônibus, com mais empregos porque terá 400 lojas que deverão gerar cerca de seis mil empregos diretos e indiretos e já foi realizado 69% da fundação e 69% dos pré-moldados foram instalados. Foi realizada também a concretagem da laje e estão fazendo a parte de fechamento e tubulações. Foi feita também uma nova rede de drenagem e de captação de água. Esperamos que até o meio do ano que vem tenhamos parte do sistema viário funcionando e até o fim do ano as lojas. 

JOP – Uma área importante para a cidade é a saúde e neste ano tivemos o anúncio da construção de uma nova UPA em Mauá, além das reformas de UBSs e das unidades de Pronto-Atendimento. Qual é o ganho para a cidade com a reformulação deste setor? 

MO – Primeiro gostaria de dizer que nós mais do que dobramos a quantidade de médicos que contratamos e ainda tivemos o “Mais Médicos” via governo federal. Isso tem nos ajudado muito no atendimento e sabemos o grande desafio que temos em algumas especialidades. Dando como exemplo a UBS do Feital, atendemos em dois meses 18 mil pessoas. Houve um aumento de atendimento muito grande. Para se imaginar que dispensávamos de 800 a 900 mil receitas por ano, em 2023 foi quase um milhão e meio de receitas dispensadas. Então, se ampliamos a quantidade de médicos, amplia-se a quantidade de exames e de medicamentos.

A ministra Nísia Trindade veio à cidade para anunciar a construção da quinta UPA na região do Santa Lídia e será uma unidade para (atender) 100 mil habitantes e como já temos a do Zaíra, a da Barão de Mauá, a da Magini e a da Vila Assis, estamos com cobertura para 500 mil habitantes, contemplando as necessidades da cidade. O recurso tem chegado e conforme é feita a medição, o governo vai pagando. Já estamos concluindo a licitação de construção e concluindo o projeto, publicamos para licitação e no ano que vem, mais ou menos no mês de março, devemos iniciar a construção da UPA. 

JOP – Qual o saldo do programa “Mais por Mauá” até o momento? 

MO – Tínhamos colocado que o programa “Mais por Mauá” teria em torno de R$ 500 milhões de investimentos, mas estou para dizer que iremos passar. Estamos liberando R$ 79 milhões para o Chafik em urbanização, de asfaltamento entre emendas, recursos próprios, parcerias e operações financeiras, devemos chegar a cerca de R$ 150 milhões, temos as escolas que estamos construindo... eu acredito que até terminarmos o mandato, devemos passar desses R$ 500 milhões de investimentos.

Nós apresentamos no PAC projetos num total de R$ 1,7 bilhão. Sabemos que é muito difícil chegar todo esse recurso, mas apresentamos os projetos até para mostrar que a cidade está preparada. E tem muitos projetos. 

JOP – Outro assunto importante para a cidade em 2023 foi a elaboração do Plano Diretor. Como andam as discussões acerca deste tema junto à população e à equipe responsável pelo projeto? 

MO – Foram feitas as audiências por regiões, como determina a lei, e agora vamos trabalhar o Plano Diretor juntamente com a lei de uso e ocupação do solo. No ano que vem devemos mandar o projeto para a Câmara para que possamos nos organizar e ter agilidade de investimentos na cidade. 

JOP – 2024 será um ano diferente dos anteriores por conta do período eleitoral. Qual é o planejamento que o senhor faz para a cidade nos próximos 12 meses? 

MO – Nós vamos continuar avançando como em 2023 com as obras estruturantes e programas sociais e entregar para a população aquilo que nós apresentamos como programa de governo em 2020, que sendo eleitos iriamos realizar uma transformação e uma reconstrução da cidade e é o que temos entregado.

Iremos intensificar, como eu disse, aquilo que já temos para realizar e aquilo que acreditamos que vai acontecer através do PAC, como a construção de mais escolas, mais unidades de saúde, regularização fundiária, áreas de lazer e de infraestrutura de ruas, viadutos, além da melhoria da questão das enchentes, em especial na entrada do Zaíra. Apresentamos os projetos e esperamos que o governo federal possa nos contemplar através desses pedidos. Passaremos o ano que vem inteiro realizando obras como estamos fazendo desde abril deste ano.