Comissão nacional da verdade

Por Portal Opinião Pública 04/04/2024 - 10:54 hs
Foto: Divulgação

Olivier Negri Filho

Por que me sinto na obrigação novamente de abordar o aniversário de 60 anos do golpe civil-militar de 1964? Em 03/07/2014, fui convidado a dar meu depoimento sobre as perseguições que eu, minha família e amigos sofremos durante esse período. Fui até a Avenida Paulista, acompanhado de Martina, minha filha, e fomos recebidos pelos representantes da CNV (Comissão Nacional da Verdade), Camila Braga, Raissa e Wihby Ventura. Meu depoimento durou 2 horas, sendo o mais breve possível. Em 10 de dezembro de 2014, foi entregue o relatório final e foram propostas 29 ações em função de todas as evidências encontradas que feriram os direitos humanos e, portanto, a Constituição. Entretanto, das 29 ações, apenas 5 foram cumpridas:

- Retificação das certidões de óbito das vítimas da ditadura.

- Introdução da audiência de custódia na Justiça.

- Criação do órgão permanente para garantir a manutenção dos trabalhos da CNV.

- Prosseguimento das atividades em busca dos corpos das vítimas da ditadura.

- Manutenção dos trabalhos de abertura dos arquivos da ditadura.

Outras 24 não foram cumpridas ou foram parcialmente cumpridas. Daí pode-se deduzir que a luta pelo "Estado Democrático de Direito" está muito aquém daquilo que já deveria ter ocorrido.

Lançar o livro "Trajetórias", ressaltando o convite a você para estar conosco às 16h no saguão do Teatro Municipal de Mauá, neste sábado, dia 06/04/24, é reforçar que essa história nunca seja esquecida. "Para que nunca mais se esqueça, para que nunca mais aconteça!"