Nesta terça-feira, 23 de setembro, completou-se o aniversário de 20 anos da revelação de um dos maiores (senão o maior) escândalos da história do futebol brasileiro: a máfia do apito. O caso veio à tona em uma reportagem de capa da revista Veja, assinada pelo jornalista André Rizek, onde foi detalhado como os árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon atuavam para manipular resultados de partidas de 2005 e beneficiar um grupo de apostadores.

O esquema, após ser descoberto, acabou se revelando uma enorme mancha no futebol brasileiro, impactando o esporte de diferentes formas. Dentro de campo, 11 partidas acabaram sendo anuladas e disputadas novamente, alterando o andamento do Campeonato Brasileiro – ainda que os clubes envolvidos nada tivessem a ver com o problema. Além disso, era impossível não haver qualquer tipo de desconfiança com os árbitros, nem ao menos no menor dos erros. E tudo isso acabou trazendo muita instabilidade para o futebol no país.

Duas décadas depois, a máfia do apito voltou a ganhar grande destaque devido ao lançamento de um documentário, produzido pela Globo, retratando o tema. Contudo, nestes 20 anos também sempre pairou um ar de fragilidade no entorno do futebol quando o assunto é corrupção, ainda mais com os casos recentes de manipulação envolvendo jogadores profissionais, que ganhavam dinheiro para beneficiar quem? Sim, apostadores.

Escândalos como estes, tenham eles acontecido há 20 ou há dois anos, devem sempre ser citados e lembrados justamente para manter as autoridades atentas a qualquer situação que gere o mínimo estranhamento, tentando impedir que novos episódios voltem a ocorrer.