Mauá abre comemorações do Mês da Consciência Negra com reflexões e valorização da cultura afrodescendente
Evento no Teatro Municipal nesta segunda-feira (10) marcou início das celebrações pela cidade
Foram abertas as comemorações pelo Mês da Consciência Negra
em Mauá. Nesta segunda-feira (10), o Teatro Municipal reuniu centenas de
pessoas para um evento repleto de música, dança e reflexões voltadas a
valorizar e engrandecer a cultura afrodescendente na cidade.
Logo no início da celebração, a Música Popular Brasileira
deu o tom de como seria o evento. Interpretada pelo músico Marcelo Balvian, a
trilha sonora da noite focou no embalo da africanidade, “com sorriso no rosto,
ginga no corpo e samba no pé”. Já nas dependências do Teatro Municipal, a
decoração - com imagens dos orixás presentes nas religiões de matriz africana,
o trono, animais entalhados, flores e os quatro elementos representados - também ajudaram a moldar o clima dos festejos.
A sequência foi uma roda para a benção dos Exus e Orixás,
para que tudo desse certo, em paz com alegria. “Não digam que vocês não sabem.
Muita gente fala de Exu de um jeito errado. Antes de mais nada quero explicar
que Exu é o caminho, a estrada, a comunicação, a sorte, a defesa e a proteção.
Ele pode afastar tudo o que tem de ruim na vida, a falta de amor, a falta de
dinheiro, e concede a sabedoria”, explicou o pai de santo Pai Henrique. “Somos
todos irmãos”, afirmou.
Para o secretário de Relações Institucionais da Prefeitura
de Mauá, Edilson de Paula, “tem coisas que a gente só constrói com políticas
públicas e a organização da sociedade civil. Foram montados oito grupos de
trabalho para ajudar a cidade a pensar numa Mauá sem intolerância religiosa,
sem racismo, sem preconceito e sem discriminação. Chegamos a este lindo evento
por causa dessa participação popular”.
Foram oito grupos, que escolheram a coordenação, compostos
por sacerdotes e sacerdotisas; capoeira; mulheres negras; afroempreendedorismo;
escolas de samba; ciganos, indígenas e imigrantes; educação; e cultura. Os
grupos também traçaram propostas para os segmentos e contribuíram para as
atividades, inclusive para organizar as rodas de conversa para debater a
resistência e políticas públicas.
“A luta do povo negro vem de longe. O racismo destrói a vida
de um ser humano. As pessoas de pele clara estão conosco e precisamos estar
unidos. Podemos divergir, mas a luta contra o racismo não pode ser solitária”,
afirmou a militante do movimento negro, Diva Alves. Diva, no auge de seus 80
anos, revela uma vitalidade impressionante na luta contra o racismo.
“Como as pessoas brancas vão saber da nossa realidade? Nós
precisamos mudar a cabeça das pessoas. Este evento é importante para isso”,
defendeu o vice-prefeito João Veríssimo. Ele lamentou ser lembrado como um dos
poucos juízes negros, além do racismo que ocorre contra os jovens. Em seu longo
e profundo testemunho, Veríssimo destacou que a luta contra o racismo traz o
que se observou no evento, o espírito de resistência.
Uma atividade ecumênica reuniu o pastor Leandro, Padre Edmar
e a yalorixá Mãe Solange, que defenderam a paz e a tolerância religiosa,
lembrando que as crianças não nascem racistas. Os três líderes religiosos
convidaram os presentes para a construção de uma sociedade pacífica, inclusiva
e livre do racismo.
Ao longo da cerimônia, foi feita uma homenagem a um dos
fundadores da Catira Àz de Ouro e cidadão de grande importância na preservação
e valorização da cultura popular, Jaci Cesário, que é símbolo das comemorações
deste mês. Familiares de Jaci estiveram presentes.
Uma roda de capoeira comandada por Mestre Del deu início às
apresentações culturais. Outra atividade foi uma apresentação de Hip Hop e
break, que tirou aplausos empolgados da plateia. A finalização ficou por conta
de Mestre Robson Lango, que apresentou vários sambas, a começar pela obra de
Jorge Aragão ‘Identidade’.




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