Brasil registra caso de sarampo após 3 anos livre da doença

Por Portal Opinião Pública 21/02/2018 - 14:08 hs
Foto: Viral Diseases - Hand Infected - Hand foot and mouth disease HFMD - RomoloTavani

 

Livre do sarampo há quase 3 anos, o Brasil informou na última terça-feira (20), ter registrado um caso confirmado da doença e outros sete suspeitos no Estado de Roraima. Sete registros – entre eles o caso confirmado em um bebê – são de cidadãos venezuelanos que migraram para o Brasil afetados pela crise no país vizinho, onde surtos de sarampo e malária são realidade. A doença também é investigada em um bebê brasileiro, morador de Boa Vista.

Os dados causaram alerta no Ministério da Saúde diante da possibilidade da expansão do vírus entre imigrantes e brasileiros não vacinados. A preocupação se justifica principalmente pelo fato de a cobertura da vacina tríplice viral (que protege contra o sarampo) estar abaixo do esperado em várias regiões do Brasil.

Em Roraima, cerca de 84% do público-alvo recebeu as duas doses da vacina no ano passado, enquanto a meta é imunizar 95% desse grupo.

“Essa é uma doença altamente contagiosa, com facilidade de provocar surtos. Mesmo que tenhamos cidades ou áreas com altas coberturas, alguns bolsões com baixo índice de vacinados podem registrar surtos”, alerta a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A ameaça, caso se concretize, também pode fazer o Brasil perder o certificado de eliminação do sarampo, emitido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2016.

Dados do Ministério da Saúde mostram que apenas um Estado brasileiro – o Ceará – registrou cobertura dentro da meta no ano passado (98%). Em todas as outras unidades da federação, a taxa é inferior a 95%, chegando a apenas 51% no Maranhão e no Rio Grande do Norte, Estados com as menores coberturas. Na média do País, apenas 68% do público-alvo tomou as duas doses da tríplice viral em 2017.

No Estado de São Paulo, o índice de imunização ficou em 64% no ano passado. A Secretaria de Saúde paulista informou que a doença está controlada e não há registro de casos desde 2015.