Editorial - Imprensa em risco

Por Portal Opinião Pública 22/04/2021 - 12:36 hs
Foto: Freepik

A entidade Repórteres Sem Fronteiras lança, anualmente, um levantamento ranqueando os países em relação a liberdade dada à imprensa para trabalhar. E no ranking deste ano, o Brasil voltou a sofrer um baque. Entre os 180 países listados, nossa república aparece na 111ª posição, quatro colocações abaixo em relação a 2020. E tem mais: com essa queda, o Brasil passou a integrar a parcela vermelha do ranking, onde o trabalho da imprensa é considerado muito difícil. No ano passado, o país estava na zona laranja.

A título de comparação, o Brasil aparece atrás de países como Paraguai, Equador e Bolívia, aqui na América do Sul, e de Ucrânia, Libéria, Etiópia, entre outros. Piores na classificação, estão exemplos como Venezuela, Cuba e China. O ranking leva em conta diversos quesitos para o exercício do jornalismo como independência das mídias, autocensura, pluralismo e violência contra a mídia, entre outros. Este último tópico, inclusive, com um dado assustador: o Brasil é o segundo país onde mais jornalistas são mortos na América Latina, atrás somente do México.

Ver o Brasil mal classificado em um ranking como esse é além de triste, preocupante, pois denota os vários problemas enfrentados pela imprensa na tentativa de cumprir seu papel. Alguns deles são estruturais, mas outros acabam sendo oriundos de diversos tipos de narrativas que inflamam parte da população contra os jornalistas.

O que esperamos e desejamos é que, daqui pra frente vejamos dias melhores para que a imprensa brasileira possa exercer seu trabalho da melhor forma possível, e sempre com total liberdade e sem riscos.