Editorial – Proibir ou não proibir?

Por Portal Opinião Pública 11/12/2025 - 15:28 hs
Foto: Freepik.com / Reprodução

A Austrália adotou, nesta quarta-feira (10), uma medida pra lá de polêmica. A partir de agora, pessoas com menos de 16 anos estão proibidas de acessar redes sociais como Instagram, TikTok, Facebook, X, Threads, YouTube, Reddit, entre outras, tornando-se assim o primeiro país do mundo a promover uma lei deste tipo. E como não poderia deixar de ser, há quem defenda a novidade como algo positivo, enquanto há quem critique a nova regulamentação.

Para os responsáveis pela iniciativa, há uma clara motivação: zelar pelo bem-estar dos mais jovens, impedindo que o acesso a essas plataformas acabe gerando o vício nas redes e o desenvolvimento de problemas cada vez mais presentes em nossa sociedade, como ansiedade e depressão. Porém, há quem diga que a proibição total possa ser uma solução muito simples para um problema bem mais complexo.

O fato é que, tal regulamentação tem seus prós e contras. Ao mesmo tempo que as redes sociais possam expor jovens a situações negativas, ou facilitar o contato com pessoas mal-intencionadas, que estão à espera de uma brecha para tirar proveito da fragilidade de um menor de idade, impedir seu uso pode privar que esses mesmos jovens tenham acesso a diversos aspectos positivos, como a socialização, discussões pertinentes e até mesmo aprendizado, já que as redes são canais de comunicação importantes. Isso sem falar na possibilidade de que muitos desses jovens poderão utilizar formas de burlar as regras, o que não é uma situação positiva neste contexto.

Talvez, o melhor caminho para evitar que os jovens fiquem à mercê das redes sociais esteja no diálogo e na educação junto aos pais, com supervisão das atividades dos filhos nestas plataformas e limites diários de uso, além de uma regulamentação específica para as redes, tornando-as ambientes menos agressivos e mais seguros e confortáveis para os jovens. Assim, todos sairiam ganhando.