Editorial - Corrida de bilionários

Por Portal Opinião Pública 22/07/2021 - 12:16 hs
Foto: Handout / BLUE ORIGIN / AFP

O início dos anos 1960 foi marcante para a humanidade. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, e enquanto o mundo ainda se recuperava dos efeitos das batalhas travadas há uma década e meia, as duas grandes potências do globo, Estados Unidos e União Soviética, mantinham uma intensa rivalidade, que ficou conhecida como Guerra Fria. E um dos pontos onde essa concorrência era maior foi a área de desenvolvimento tecnológico, marcado pela Corrida Espacial.

Soviéticos e americanos, então, se alternaram em conquistas e no desenvolvimento de tecnologias voltadas para explorar o espaço. Os europeus foram os primeiros a mandar um homem ao espaço, o astronauta Yuri Gagarin. Já os ianques foram pioneiros a desembarcar na Lua, com a missão Apollo 11. E desde então, a evolução da exploração das galáxias não apenas aumentou, como passou a fazer parte do imaginário popular.

Eis que, mais de meio século depois deste “boom espacial”, civis estão começando a investir nestas viagens. Nas últimas duas semanas, os bilionários Jeff Bezos, e Richard Branson colocaram em prática seus planos de irem ao espaço. Ou quase isso.

Ambos orbitaram o planeta – cada um em sua própria viagem - por alguns instantes e retornaram ao solo em missões bancadas por eles mesmos. Ou seja, foi um pequeno passo dado agora, que pode se transformar em algo maior no futuro (bem distante), mas que teve toda a cara de uma jogada de marketing de dois bilionários para seus negócios.

Portanto, não se engane. Apesar de estes eventos representarem um embrião de algo que pode ser tornar um grande negócio, tais viagens são restritas e seguirão assim por um bom tempo, afinal, poucos podem custear os valores envolvidos nestas expedições. Assim sendo, não haverá uma “democratização” das idas ao espaço como alguns já disseram. Pelo menos não para quem não tem a conta recheada.

Desta maneira, nos resta apenas imaginar como seria participar de uma missão como essa.