Nos últimos anos, se popularizou pelo Brasil e pelo mundo um formato de comunicação que nem é tão novo assim: o podcast. Com uma proposta de levar aos seus espectadores um bate-papo leve e descontraído com seus convidados – diferentes das entrevistas mais sérias conduzidas no rádio, na TV e em portais de notícias – o gênero ganhou adeptos de todos os lados.

Entretanto, vimos nas últimas semanas várias polêmicas relacionadas ao formato. O podcast apresentado pelo comediante Joe Rogan, um dos mais ouvidos do mundo, é um exemplo disso. Abrigado no serviço de streaming Spotify, o programa tinha vários episódios onde falas racistas eram reproduzidas, o que levou artistas do porte de Neil Young e Joni Mitchell a retirarem suas músicas do catálogo do serviço. Posteriormente, o Spotify deletou os episódios que possuíam tal conteúdo.

Já no Brasil, o Flow Podcast, um dos precursores desta nova onda por aqui, também viveu uma polêmica causada pelo apresentador e fundador do programa, Bruno Aiub, o Monark, que defendeu a “liberdade” de criação de um partido nazista no país, caso houvesse interessados, durante uma entrevista com os deputados federais Tabata Amaral e Kim Kataguiri. Monark acabou desligado do podcast logo após a polêmica “viralizar”.

Nos dois casos fica claro que, mesmo apresentando uma proposta diferente, os podcasts precisam ter mais responsabilidade sobre o conteúdo e as informações que disseminam. Não é por que possui um formato diferente que tudo pode ser dito, ainda mais discursos de ódio, algo que deve ser combatido e não deve ser tolerado. Tomara que, daqui em diante, haja mais consciência por parte destes produtores de conteúdo para que um gênero tão interessante não se torne terra sem lei.