Cerca de 1 milhão de pessoas
no Brasil e 60 milhões no mundo são acometidas pelo glaucoma, que causa
cegueira irreversível, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). De
acordo com o oftalmologista Fernando Eiji Naves, do hospital Santa Casa de Mauá,
o glaucoma é uma doença silenciosa, sem sintomas, diagnosticado apenas por meio
dos exames de rotina e, se não for tratado, 80% dos casos evoluem para perda
total da visão.
O glaucoma é caracterizado por alteração do nervo
óptico que leva a um dano irreversível das fibras nervosas e perda de campo
visual. A lesão pode ser causada pelo aumento da pressão intraocular ou por uma
alteração do fluxo sanguíneo na cabeça do nervo óptico.
A doença pode ser dividida em vários tipos, porém
os mais comuns são:
- glaucoma de ângulo fechado (agudo): quando a
saída do líquido humor aquoso - produzido na parte anterior do olho e
responsável por regular a pressão interna do olho - é bloqueada, causando um
aumento rápido, doloroso e grave na pressão intraocular. São emergenciais.
- glaucoma congênito: a criança já nasce com a
doença, herdada da mãe durante a gravidez. É considerado raro.
- glaucoma de ângulo aberto (crônico): o mais
comum, costuma ser hereditário e a causa é desconhecida. O aumento da pressão
intraocular ocorre lentamente, provocando dano permanente no nervo óptico, com
perda do campo visual.
- glaucoma secundário: ocorre pelo uso de
medicamentos, como corticoide, por traumas, doenças oculares e sistêmicas.
“As causas não são bem definidas, mas o que se
sabe é que o aumento da pressão intraocular dentro do olho é associado à lesão
do nervo óptico. Ela acontece devido ao aumento do líquido humor aquoso ou por
uma deficiência de sua drenagem. Além da predisposição genética, outros fatores
de risco para a doença são idade acima dos 40 anos, ter parentes próximos com
glaucoma, negros ou afrodescendentes – a incidência é quatro vezes maior nesse
grupo. Os míopes precisam redobrar a atenção e fazer exames periódicos com
maior frequência”, explica o médico Fernando Eiji Naves.
Também é importante estar atento com outros
hábitos que podem contribuir para o surgimento da doença, como uso de corticoides
aplicados diretamente nos olhos e alguns traumas. O tratamento visa reduzir a
pressão intraocular, por meio do uso de colírios ou tratamento com laser. Em
último caso, vale recorrer à cirurgia.
“A prevenção pode ser feita com visitas de rotina
ao oftalmologista e se a pessoa possui as predisposições deve ficar atenta, já
que a doença quando diagnosticada e tratada precocemente costuma ser bem
controlada, preservando a visão”, completa o especialista.
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