Aquecedores a gás: todo cuidado é pouco!

Por Portal Opinião Pública 23/06/2022 - 10:40 hs
Foto: Divulgação

Recentemente ouvimos com pesar notícias sobre dois acidentes com vítimas fatais envolvendo o uso de aquecedores a gás, com oito mortos. Mais três pessoas morreram devido à inalação de gases (dióxido e monóxido de carbono) oriundos da queima de carvão em churrasqueira, numa tentativa de aquecer o quarto em que dormiam. Onze mortes totalmente evitáveis.

Infelizmente esse tipo de acidente, principalmente com aquecedores a gás, não são raros, e, com a chegada do inverno, a frequência de acidentes aumenta.

Algumas medidas preventivas, na fase de compra e instalação do aquecedor devem ser tomadas:

a)     Somente comprar aquecedores certificados pelo Inmetro;

Porém vale informar que em um estudo recente (2014), a Proteste avaliou os aquecedores das cinco principais marcas do mercado. De dez modelos, cinco na versão gás natural (GN) e cinco na de gás de botijão (GLP), quatro produtos foram reprovados no quesito segurança.

O problema mais grave dos aquecedores eliminados foi a alta concentração de monóxido de carbono encontrada no ambiente da instalação e na chaminé do aparelho. Sugerimos que se compre os produtos aprovados pelo Inmetro, que é o KO151BFGN1 da Komeco, a gás natural. Em GLP, o KO15FBFLP1, da Komeco e o 315HFBE da Orbis foram aprovados.

b) O projeto e a instalação do aquecedor devem ser feitos e acompanhados por engenheiro inscrito no CREA e com ART - Anotação de Responsabilidade Técnica – emitida.

Para equipamentos já instalados em casa ou quando viajamos a lazer para hotéis que possuem esse sistema de aquecimento, as seguintes medidas de segurança devem ser observadas:

 

1) As válvulas e as conexões devem estar sempre em perfeito estado;

2) O local onde o aquecedor está instalado deve possuir ventilação permanente. Essa é a dica principal, que não pode ser negligenciada; Tomando essa precaução, não haverá acúmulo de nenhum gás oriundo da queima, seja monóxido ou dióxido de carbono;

3) Se possível, tenha em casa um detector de gás para detecção e alarme de gás CO (monóxido de carbono), vendido em lojas de ferragem por preço bem acessível.

4) A chama do queimador deve sempre ser azulada, indicativa de queima completa;

5) Efetue, anualmente, uma revisão técnica no aquecedor, com profissional habilitado.

Rodnei Augusto Felício é engenheiro químico e diretor da câmara de engenharia química da ASSEAM – Associação de engenheiros e agrônomos de Mauá.