O caso envolvendo o médico anestesista Giovanni Quintela, preso em flagrante no Rio de Janeiro por estupro de vulnerável, após abusar de uma mulher grávida que estava prestes a dar à luz, é um dos mais escabrosos dos quais tivemos notícias recentemente no Brasil. Porém, ao menos uma coisa positiva destacou-se em meio a toda essa triste situação: a ação das enfermeiras que conseguiram gravar o ato criminoso.

Segundo Barbara Lomba, delegada responsável pelo caso, a atuação das profissionais – que esconderam o celular que gravou o crime dentro de um móvel na sala de parto – foi exemplar e fundamental para flagrar um criminoso que, provavelmente, já vinha atuando desta maneira em situações semelhantes. E tudo isso graças a uma característica que elas demonstraram: atenção aos detalhes.

Segundo reportagens sobre o caso, as enfermeiras já suspeitavam da atuação do médico por conta das altas doses de anestesia que ele aplicava nas pacientes. Foi a partir da descoberta deste padrão que elas resolveram agir e conseguiram comprovar as suas suspeitas: as altas doses de anestesia serviam para que ele pudesse cometer os crimes, mesmo que na presença de outros profissionais.

A atitude das enfermeiras, além de flagrar um crime e abrir a possibilidade de investigação de outros possíveis atos ilícitos cometidos pelo médico, também mostra que todos nós, caso estejamos atentos, podemos entender padrões que levem a descoberta de possíveis abusos. E não apenas para flagrar criminosos, mas também para identificar possíveis vítimas, que em muitos casos apresentam comportamentos diferentes, mas não conseguem denunciar seus abusadores.

Ainda bem que as enfermeiras do Hospital da Mulher tiveram essa atenção e sensibilidade para lidar com o caso. E que o exemplo delas inspire a atenção em cada vez mais pessoas.