Prestes a completar um mês do fim do contrato entre a Prefeitura de Mauá e a Estapar, empresa que operava os estacionamentos rotativos conhecidos como “Zona Azul”, a cidade ainda segue sem a retomada do serviço. Nesta quarta-feira (20), o Jornal Opinião Pública percorreu algumas ruas da região central da cidade, entre elas as avenidas Portugal e Dom José Gaspar e verificou que parte das estruturas eletrônicas dos parquímetros – locais onde os usuários faziam o pagamento e impressão dos tíquetes de estacionamento – já havia sido desmontada.

A suspensão do serviço tem gerado algumas reclamações por parte de comerciantes. Para eles, o principal problema é a utilização das vagas por motoristas que deixam seus veículos estacionados por longos períodos, sem a rotatividade proposta pela Zona Azul.

Implantado no município em agosto de 2011, o serviço consiste na utilização de vagas previamente marcadas em diversas regiões da cidade mediante o pagamento de uma taxa e com o pagamento de determinado valor. Na época de sua implantação, a Zona Azul foi debatida com usuários e comerciantes e era vista como uma forma de aumentar a rotatividade de clientes em regiões com forte presença do comércio.

Para o vereador Renan Pessoa (Avante), a suspensão da cobrança da Zona Azul em Mauá deixou parte dos munícipes feliz por não haver mais a necessidade de pagamento de uma tarifa para estacionar seus veículos. Até o seu último dia de funcionamento, as taxas cobradas eram de R$ 1,25 (meia hora), R$ 2,20 (uma hora), R$ 3,50 (uma hora e meia) e R$ 4 (duas horas). Porém, o parlamentar entende que o serviço ajuda a organizar o trânsito nas regiões onde opera.

O vereador ainda avaliou que a contratação de uma nova empresa para operar o estacionamento rotativo precisará ser bem analisada e obedecer a alguns critérios. “É necessário realizar uma licitação para que a melhor empresa seja contratada para prestar esse serviço à população mauaense”, frisou.

Ainda sobre a qualidade do serviço, Pessoa afirmou que deverá apresentar um projeto, assim que os parlamentares retornarem do recesso, pedindo a isenção do pagamento da taxa para motoristas que detectem problemas no parquímetro mais próximo à vaga onde estacionou.

“Muitas vezes um motorista estaciona seu carro em uma vaga, mas precisa se deslocar até outro parquímetro quando o mais próximo não está em funcionamento. É um projeto que visa trazer mais conforto aos usuários”, explica.

Questionada, a Prefeitura de Mauá informou em nota que “por motivos de legislação, a renovação do contrato não era permitida”, mas não especificou as causas. O Paço ainda afirmou que “a Secretaria de Trânsito e Sistema Viário está elaborando o edital para licitar a concessão do serviço de estacionamento rotativo do município”.

A Estapar também foi procurada e não revelou se houve conversas com o Paço Municipal sobre uma possível renovação do vínculo e apenas confirmou por meio de uma nota, “que o contrato de concessão da Zona Azul Digital do município de Mauá foi concluído em 21 de junho de 2022”. Ainda no comunicado, a empresa ressaltou que “desde 22 de junho, os usuários do aplicativo ‘Vaga Inteligente’ poderão, a seu critério, utilizar o saldo da Zona Azul como crédito em outros serviços da empresa de forma a criar alternativas ao cidadão, tais como pagamento de estacionamentos e reserva de vagas em aeroportos e arenas, e Zona Azul de outras cidades vizinhas como Santo André e São Bernardo do Campo. Além disso, é possível pedir o reembolso pelo próprio aplicativo. Para isso, basta o cliente acessar o app Vaga Inteligente, clicar no menu lateral – Outros Serviços – Entre em Contato e, após o preenchimento dos dados, será direcionado para um chat online onde deverá solicitar o reembolso dos créditos referente à cidade”. 

Quanto aos usuários que possuíam o Cartão Recarregável, o prazo para solicitar a devolução dos créditos na sede da companhia em Mauá terminou nesta quarta-feira (20).