Dr. Luiz Marcelo Chiarotto Pierro
Nos últimos anos, estamos acompanhando uma escalada de violência
associada a doenças relacionadas à saúde mental. A saúde mental se refere a
ansiedade, depressão, distúrbios de personalidade, todos considerados gatilhos
sociais na violência urbana. Muitas vezes, o gatilho para a doença pode ser a
ocorrência de um roubo e a sensação de impotência frente ao furto, que acarreta
transtornos mentais. Os roubos, por exemplo, são o registro de violência comunitária
mais frequente no Brasil e a ausência de políticas públicas de prevenção e de
serviços de apoio às vítimas contribui para esse agravamento. Incluído neste
cenário a violência à mulher e à criança.
O Brasil avançou, mas não muito. A criação dos Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS) foi um avanço do Ministério da Saúde para diagnosticar e
iniciar o tratamento mais precocemente possível. No papel foi ótimo, mas na
prática, nem tanto. A falta de profissionais capacitados e habilitados
acarretou uma série de pacientes órfãos de tratamento. Anteriormente o
atendimento era realizado dentro das Unidades Básicas de Saúde.
Somado a este déficit, temos um período de pós-pandemia, onde um
novo normal pode não ser tão normal assim. As divergências étnicas, políticas e
sociais causaram um distanciamento entre pessoas que moram na mesma casa e a
dificuldade de comunicação se tornou uma barreira para identificar os pacientes
com algum tipo de doença mental.
“De médico e louco, todo mundo tem um pouco”. Será?
O termo louco não é mais usado e conhecemos hoje diversos
transtornos relacionados à personalidade da pessoa. Antigamente, não tínhamos
tantos testes disponíveis para diagnosticar essas patologias, mas mesmo tendo o
diagnóstico em mão, o tratamento depende da adesão do paciente.
O que é necessário para mudarmos isso? Por que ainda temos pessoas
sem diagnóstico? O Poder Público deve agir. A identificação de uma pessoa com
qualquer distúrbio psiquiátrico, que seja violenta, deverá sim ser avaliada
quanto a obrigatoriedade de medicação ou mesmo de internação. Mas a lei, em
muitos casos, impede a internação obrigatória.
Há quem diga que não se justifica a violência contra a criança ou
a mulher, mas na realidade, nenhuma violência deve ser justificada. A
impunidade é a fatia que falta para essa escalada de violência.
É necessária uma discussão mais profunda a respeito disso e termos
nas autoridades policiais a confiança de que podem evitar maiores catástrofes.
Um abraço!
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