Câmara de Mauá se prepara para votar contas de Atila Jacomussi rejeitadas pelo TCE-SP
Parecer do tribunal sobre o balancete de 2019, terceiro ano de mandato do ex-prefeito, deverá entrar na pauta da Casa de Leis nas próximas semanas
A Câmara de Mauá deverá agendar, para as próximas semanas, a
votação das contas do ex-prefeito e atual deputado estadual Atila Jacomussi
(Solidariedade) referentes ao período de 2019. O balancete do terceiro ano de
mandato de Atila frente ao Paço Municipal foi reprovado em análise do TCE-SP
(Tribunal de Contas do Estado de São Paulo), em 2021.
De acordo com fontes ouvidas pelo Jornal Opinião Pública, a
Casa de Leis mauaense enviou uma notificação ao ex-prefeito que expirou nesta
terça-feira (8). Com isso, a data para a análise do parecer do tribunal de
contas já pode ser marcada para as próximas sessões ordinárias.
Nos últimos dois anos, Atila sofreu derrotas no Legislativo
com os parlamentares mauaenses acatando os pareceres do TCE-SP pela rejeição dos
balancetes do ex-chefe do Executivo em seus dois primeiros anos de mandato. Em
2021, durante a votação das contas de 2017, 15 vereadores optaram por acatar o
parecer do tribunal de contas contra cinco votos contrários e duas abstenções.
Já na análise das contas de 2018, no ano passado, 17
parlamentares seguiram o proposto pelo tribunal enquanto seis aprovaram as
contas daquele período. Em ambos os casos, Atila precisava que dois terços da
Casa, ou seja, 16 vereadores, fossem contrários ao parecer do TCE-SP.
Neste ano, entretanto, a Comissão de Finanças da Câmara de Mauá já deu parecer contrário à avaliação feita pelo tribunal de contas, aprovando as contas de Atila por 2x1. A comissão é composta pelos vereadores Junior Getúlio (PT) – favorável ao apontamento do TCE-SP – Alessandro Martins (PDT) e Wellington da Saúde (Progressistas), contrários ao parecer do órgão estadual.
Educação, precatórios e dívidas de curto prazo são motivos da reprovação
Segundo apontamentos feitos pelo relator das contas, Antonio
Roque Citadini, um dos motivos para a reprovação do balanço foi a não aplicação
da porcentagem mínima de 25% do orçamento municipal na área da Educação, como
rege a Constituição Federal. De acordo com a análise, o montante aplicado no
setor em 2019 foi de 22,75% dos recursos públicos, problema semelhante apontado
nas contas de 2018, que também foram reprovadas pelo TCE-SP. Naquele ano, foi
investido 23,12% da verba no segmento.
O relator também informou outros problemas nas contas
municipais. Ainda no setor da Educação, o tribunal apontou que os recursos do
Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) não foram
aplicados em sua totalidade. O TCE-SP também avaliou que a Prefeitura de Mauá
apresentou problemas nos pagamentos de precatórios, que segundo o órgão
“ocorreram de maneira insuficiente, sem a devida comprovação de quitação da
totalidade para exercício, bem como a ausência de transparência de informações
em relação aos requisitórios de baixa monta e parcelamentos”. Citadini julgou ainda
que a cidade não possuía liquidez suficiente para honrar com compromissos de
curto prazo.
Além de Atila, a decisão também atinge a ex-vice-prefeita,
Alaíde Damo, que esteve no comando do Paço mauaense durante um curto período de
2019, antes de Atila retornar ao cargo por meio de uma ordem judicial.
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