Nutrição na lactação

Por Rita de Cássia 12/08/2019 - 12:06 hs

 

Assim como na gestação, o período de lactação de uma mulher exige o aumento dos cuidados com suas necessidades nutricionais para o desenvolvimento do bebê, assim como o acúmulo de reservas energéticas para a lactação. 

O aleitamento materno é a melhor forma de oferecer ao bebê todos os nutrientes necessários para seu desenvolvimento de forma saudável. A OMS – Organização Mundial da Saúde - recomenda que a amamentação deva ter início nas primeiras horas após o parto, seguindo como forma de alimentação exclusiva até o 6º mês de vida da criança. Depois disso, deve-se seguir com o aleitamento de maneira predominante, mas também ofertando outros tipos de alimentos como água, chás e sucos até que, finalmente, o bebê possa consumir, além do leite materno, o leite não humano e alimentos semissólidos. O leite materno oferece ao recém-nascido um alimento completo do ponto de vista nutricional e imunológico. 

O bebê irá mamar na hora que sentir fome e vontade e esse processo é de suma importância. No pós-parto imediato, que compreende o período de cerca de uma semana, é secretado o colostro - que se apresenta amarelo e espesso com aproximadamente 67 kcal para cada 100 ml, rico em proteína, vitaminas A e E, carotenoides e imunoglobulinas que protegem contra vírus e bactérias. Entre o sétimo e o 14º dia, o leite materno é chamado de leite de transição, que tem como característica o aumento do volume e a estabilização de sua composição. Já o leite maduro, ou seja, o leite propriamente dito, se apresenta após o 15º dia após o parto. 

Aliás, você sabia que a média de produção de leite materno diária é de 850 ml e que para produzir um litro de leite são necessários 900 kcal e que 1/3 é disponibilizado dos depósitos maternos? Para tanto, estima-se um acréscimo de 500 kcal na dieta da mulher que está amamentando. Consideremos também uma maior necessidade de proteínas, vitaminas e minerais, e uma alimentação fracionada em seis vezes ao dia, para garantir níveis glicêmicos constantes nesse intenso processo metabólico. 

Então, a seguir trago algumas orientações sobre as práticas alimentares maternas recomendadas durante a lactação e para que você saiba se o seu melhor está sendo oferecido ao seu bebê através da amamentação, sem causar, no entanto, maiores prejuízos para sua saúde e integridade física. 

1. Ingerir quatro copos de água por dia ou, se houver dificuldades, dois copos de água junto ao aumento da ingestão de verduras, legumes e frutas. É importante ressaltar que os quatro copos de água não devem ser substituídos por outros líquidos em geral, como sucos, cuja absorção de água pura é menor; 

2. Não ingerir bebidas alcoólicas com frequência, pois elas têm a capacidade de mudar o odor do leite materno, o que gera uma recusa da criança e menor poder de sucção. A ingestão ocasional e em pequenas quantidades não é proibida. Porém, a mãe só deve amamentar após 2h desta ingestão; 

3. A produção de leite não é prejudicada nem melhorada pelos tipos de alimentos consumidos pela nutriz. Não se prenda a lendas e a boatos que são ditos por aí. Informe-se corretamente; 

4. Não ultrapasse o consumo diário de três xícaras de café (100 ml). Excesso de cafeína pode causar insônia e irritabilidade no bebê; 

5. Ingerir peixe pelo menos três vezes por semana garante a manutenção dos níveis adequados de Ômega 3 no leite materno, proporcionando substrato para o desenvolvimento do sistema nervoso e da retina do lactente. Um dos exemplos seria a sardinha, economicamente acessível; 

6. Não fume! A nicotina provoca irritabilidade na criança e inibe a prolactina e consequentemente a produção do leite materno. 

Acredito que esta seja uma das fases mais importantes, se não a mais importante, na vida da mulher. Portanto, deve ser um momento prazeroso, feliz, sem dores ou dramas para a mãe e importantíssimo para o bebê. E nunca é demais lembrar sobre a importância de acompanhamento individualizado com uma profissional nutricionista.