O Governo Federal confirmou oficialmente, nesta terça-feira (12), que Mauá receberá uma unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IF). O anúncio foi feito em Brasília pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e faz parte de um plano de expansão da rede federal de ensino técnico. Além de Mauá, Diadema será o outro município do Grande ABC a receber um campi do IF.

Presente à cerimônia, o prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), comemorou a vinda do Instituto Federal para a cidade. Em suas redes sociais, ele pontuou que a instalação da unidade no município é a realização de um sonho. Oliveira já havia sublinhado anteriormente, durante a visita de Lula ao ABC - quando a instalação das duas unidades já havia sido prometida pelo presidente, o quanto a criação destes polos faria bem à região.

“As empresas da nossa região têm uma demanda muito grande por trabalhadores com curso profissionalizante ou técnico. Justamente por esse motivo, a chegada do Instituto Federal à nossa região é tão importante e vai ajudar muito a nossa economia”, afirmou à época.

Quem também celebrou a conquista foi o prefeito de Diadema e atual presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, José de Filippi Júnior (PT), que também compareceu à cerimônia junto de Marcelo Oliveira e da coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) Educação da entidade regional, Ana Lúcia Sanches. “A chegada do Instituto Federal a Diadema e Mauá é um ganho para todas as cidades do Grande ABC. É educação de qualidade para os jovens da nossa região”, pontuou.

A instalação da entidade de ensino público, composta por instituições especializadas na educação profissional e tecnológica, oferecendo também educação básica e superior com cursos gratuitos, já era pauta de debate na região desde meados de 2013 e fazia parte das demandas de empresas e sindicatos que pediam a oferta de mais opções de ensino técnico e integral.

Em 2023, o Consórcio Intermunicipal chegou a participar de audiências públicas sobre o tema, inclusive na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). O pleito também foi pauta de reuniões mensais de prefeitos ao longo do ano passado - os chefes dos Executivos municipais receberam representantes de entidade da sociedade civil que milita em favor da implementação da unidade de ensino público na região. 

Investimento nacional em ensino técnico 

De acordo com o Governo Federal, o projeto de expansão dos IFs chegará a todas as unidades da federação, com perspectiva de gerar 140 mil novas vagas, a maioria em cursos técnicos integrados ao ensino médio. O objetivo é aumentar a oferta de vagas na educação profissional e tecnológica e criar oportunidades para jovens e adultos, especialmente entre a população em situação de vulnerabilidade social.

“É com base no investimento na educação que a gente pode ter a certeza de que esse país vai chegar a ser um país de primeiro mundo, um país desenvolvido”, disse Lula, durante a cerimônia no Palácio do Planalto.

Ao todo, a expectativa é de que sejam investidos R$ 3,9 bilhões em obras nos Institutos Federais, sendo que R$ 2,5 bilhões serão destinados para instalação de novos campi e R$ 1,4 bilhão para melhorias em unidades já existentes, como a construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos. A verba para essas obras é oriunda do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).

Das 100 unidades que serão construídas em todo o Brasil, a região Nordeste será a que mais receberá campis, num total de 38 (8 na Bahia, 6 em Pernambuco e no Ceará, 4 no Maranhão, 3 na Paraíba, no Rio Grande do Norte, no Piauí e em Alagoas, e 1 no Sergipe). Na sequência, aparecem o Sudeste com 27 (12 em São Paulo, 8 em Minas Gerais, 6 no Rio de Janeiro e 1 no Espirito Santo); a região Sul com 13 (5 no Paraná e no Rio Grande do Sul e 3 em Santa Catarina); a região Norte com 12 (5 no Pará, 2 no Amazonas e 1 em Rondônia, Tocantins, Acre, Roraima e Amapá); e 10 no Centro-Oeste (3 em Goiás e no Mato Grosso e 2 no Distrito Federal e no Mato Grosso do Sul).

Em São Paulo, além de Mauá e Diadema, as unidades serão distribuídas pela capital (Jardim Ângela e Cidade Tiradentes), Osasco, Santos, Ribeirão Preto, Sumaré, Franco da Rocha, Cotia, Carapicuíba e São Vicente.