Bullying não é brincadeira

Por Portal Opinião Pública 24/10/2019 - 09:42 hs
Foto: Reprodução/Instagram

 

Um dos artistas jovens de maior reconhecimento no Brasil, o MC Gui foi manchete nessa semana. E, infelizmente, não foi por um bom motivo. O cantor apareceu, em um vídeo publicado por ele mesmo nos ‘stories’ de seu Instagram, zombando da aparência física de uma menina que estava no mesmo ônibus que ele e seus amigos durante um passeio na Disney. Aparentemente, a garota - que estava vestida como a personagem Boo, do filme Monstros S. A. - percebeu que o grupo do MC ria dela e tentava desviar o olhar, constrangida.

Como não poderia deixar de ser, logo o caso tomou grandes proporções e as consequências começaram a se abater sobre o rapaz. Além da enxurrada de críticas que recebeu – inclusive de outras personalidades – MC Gui teve shows cancelados e lojas que vendiam produtos licenciados pelo cantor também anunciaram que não comercializariam mais itens relacionados a ele. Porém, o mais importante de tudo não é citar as consequências que a atitude do cantor causaram a ele, e sim sua inconsequência no ato que promoveu.

Expor crianças e jovens em redes sociais, principalmente em situações jocosas, é algo perverso. Não é engraçado, não é sadio, não é benéfico, visto que isso pode ter consequências terríveis no futuro de quem sofre com essa prática. E por isso é necessário que os pais estejam atentos a isso, seja o seu filho vítima ou causador do bullying, para que haja uma conscientização sobre o tema.

E também é responsabilidade de qualquer pessoa respeitar ao próximo. E no caso do MC Gui, um artista que fala exatamente para um público formado majoritariamente por crianças e jovens, essa responsabilidade tem de ser dobrada, uma vez que o alcance que ele tem é infinitamente maior do que o de qualquer pessoa comum. Sem contar que ele – concorde você ou não – é um exemplo para muita gente.

O pedido de desculpas que o cantor postou é praxe. E o mínimo que ele deveria fazer é não voltar a reproduzir esse comportamento, principalmente para não incentivar que ele siga ocorrendo.