“Precisamos eleger deputados federais da nossa região”, aponta Junior Orosco

Por Portal Opinião Pública 26/05/2022 - 14:43 hs
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“Precisamos eleger deputados federais da nossa região”, aponta Junior Orosco
Junior Orosco afirma que foi muito bem recebido pelo União Brasil e diz que o partido representa a u

Pré-candidato Junior Orosco busca vaga na Câmara Federal pelo ABC, zona leste de São Paulo e Alto Tietê. Empresário possui bases no interior, Grande São Paulo e litoral, e firma o compromisso de sempre se fazer presente para aproximar o Governo Federal da população.

Aumentar a representatividade do Grande ABC na Câmara Federal, em Brasília, e na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) precisa ser uma prioridade para os eleitores da região. Pelo menos é isso o que pensa o empresário e político Junior Orosco em relação às eleições deste ano. 

Confirmado como pré-candidato a deputado federal pelo União Brasil, partido ao qual se filiou no último dia 3 de março, Orosco acredita que o progresso da região passa, necessariamente, pela ascensão de políticos que conheçam a realidade destes municípios às Casas de Leis federal e estadual. Mas para que isso tome forma, ele avalia que cidades como Mauá, Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra e os bairros da zona leste de São Paulo precisam unir forças e dar essa resposta nas urnas, em outubro. 

“Se deixarmos, mais uma vez, o ABC eleger só gente de fora e esquecer de eleger os nossos, as cidades vão pagar a conta novamente”, disse o pré-candidato, ressaltando que há muito tempo esses municípios não elegem representantes para essas casas. “Nem mesmo a zona leste de São Paulo tem eleito deputados. A maioria que chega por lá são de outras regiões da capital e somem após se elegerem”, completa. 

Em entrevista exclusiva à Revista SUCESSO, Orosco deu seu ponto de vista sobre a pouca representatividade do Grande ABC no Legislativo estadual e federal, além de falar sobre sua chegada a nova sigla, os desafios que tem encontrado durante o trabalho para solidificar sua pré-candidatura, entre outros temas. 

Revista SUCESSO – Você ingressou recentemente no União Brasil, um partido novo fruto de uma junção entre duas siglas relevantes (DEM e PSL) no país. O que te levou a aceitar esse convite para fazer parte da legenda? 

Junior Orosco – Toda a pesquisa com que trabalhamos e que culminou com a escolha pelo União Brasil foi com o foco de não fazer parte desta polarização pela disputa presidencial e que hoje faz com que a população se afaste cada vez mais da política. São muitos os eleitores que não querem estar ligados a nenhum dos dois polos, mas que acabam ficando sem opção de alguém que possa moderar essa briga que tanto atrapalha nosso povo. Então eu escolhi o União Brasil,       que trabalha com uma ideia de centro democrático, tentando dialogar com as duas pontas. E o que eu digo às pessoas é que, independente do presidente que esteja sentado na cadeira, eu quero ajudá-lo. Se o povo brasileiro eleger uma das duas pontas ou qualquer outra corrente, foi o povo que decidiu por aquele plano de governo. O majoritário precisa de apoio e o congresso é muito importante nisso, pois se o congresso só trabalhar contra porque o presidente escolhido não o agrada, mesmo com boas propostas, ele estará jogando contra o país, contra o povo, contra o plano de governo escolhido pela maioria. E se eu for eleito, não quero fazer isso, quero trabalhar em prol das pessoas que ajudaram a me eleger e as que não ajudaram também. O União Brasil representa, até em seu nome, essa condição de aproximação do povo brasileiro, que hoje está dividido. 

RS – E como foi a recepção que o partido lhe deu e as primeiras conversas com as lideranças do União Brasil? 

JO – O União Brasil ainda é, de fato, um partido novo. Hoje, ainda estamos organizando as estruturas partidárias para que, pós eleição, ele se reestabeleça nos municípios, nos estados e no próprio país com um plano de governo sólido, com uma metodologia de trabalho única. O União Brasil surge de uma fusão do Democratas com o PSL, então ainda há grupos das duas siglas que estão ajustando as forças dentro do partido para que ele possa trabalhar com unicidade.

Mas a minha recepção foi muito boa. O presidente estadual, Antônio Rueda, nos abriu as portas, aposta em nossa vitória e trabalha muito com a representatividade do ABC na Câmara Federal. Decidimos com o partido a minha pré-candidatura única por Mauá e temos uma grande abertura dentro do partido para trabalhar essa construção. 

RS – Você acabou de citar que sua pré-candidatura a deputado federal é a única do partido em Mauá. Como o partido vem se estruturando regionalmente, considerando a importância do Grande ABC para o estado e para o país? 

JO – No ABC estamos trabalhando com três pré-candidaturas a deputado federal, sendo que uma delas fui eu que, inclusive, ajudei a trazer, no caso a Lair da Apraespi. Temos também a pré-candidatura do Fernando Marangoni, ex-secretário executivo de Habitação de São Paulo, e a minha. Ou seja, temos no ABC essas três pré-candidaturas a deputado federal. Mas também estamos estruturando pré-candidaturas a deputados estaduais. Em Mauá, convidamos a professora Angela Donatiello, que foi secretária de Educação na cidade.

A representatividade do ABC e até mesmo de bairros da zona leste de São Paulo, tanto na Assembleia Legislativa, quanto na Câmara Federal, é muito baixa. De uns tempos para cá, estamos esvaziando as vagas do ABC nas duas casas e o que combinei com o União Brasil é que trabalharíamos essa questão da regionalidade para que o ABC pudesse ter maior representatividade na Câmara e na ALESP. Hoje, em uma região com mais de três milhões de habitantes, nós temos apenas dois deputados federais, de São Bernardo do Campo e eu não falo mal da atuação deles. Acredito que elas são condizentes com aquilo que eles se propuseram. Porém, dois deputados para representar três milhões de pessoas é muito pouco, eles não dão conta do recado. Então, Mauá, Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que estão há mais de 20 anos sem eleger deputados, precisam de uma vez por todas acordar e colocar um representante no Congresso Nacional para que ele possa fazer a intermediação de recursos e programas do Governo Federal para a cidade. É isso o que busco e que o União Brasil foi muito simpático à essa causa. 

RS – Aproveitando esse gancho do tema representatividade do ABC na Câmara dos Deputados, que é a casa a qual você se pré-candidata, a que se deve esse baixo número de representantes do Grande ABC nesta esfera? 

JO – Acho que, primeiro de tudo, falta um empenho regional de prefeitos, vereadores, da própria classe política para compreender que, no momento em que ficamos apenas brigando dentro de polos ideológicos, de interesse pessoal, vamos cada vez mais abrir portas para candidatos de fora mergulharem na nossa região, buscarem os votos e depois desaparecerem. Se eu falo mal de outros pré-candidatos ou se eles falam mal do Junior Orosco, a imagem que é passada para o povo é e que ninguém presta e aí os eleitores vão buscar uma alternativa fora.

Então tenho tentado conscientizar inclusive as outras pré-candidaturas a deputado federal de que temos de nos unir e quem tiver maior capacidade e habilidade para vencer as eleições aqui dentro, que vença e que os outros apoiem. Em Mauá, por exemplo, temos as pré-candidaturas do Sargento Simões (Avante), do Robson Santos (Solidariedade), do Wagner Rubinelli (PSB) e a minha. Em Santo André, temos as pré-candidaturas, apoiadas pelo governo, do Marangoni e a minha. Às vezes ficamos com medo de falar de outras pré-candidaturas como boas para a região. E elas são de fato boas. Não podemos ter dificuldades em compreender o sonho e o projeto de outras pessoas que buscam se eleger. O que temos de pensar é na regionalidade. 

RS – E no que mais a região se beneficiaria em eleger um deputado federal? 

JO – De cara a região se beneficia com a possibilidade da vinda de emendas e recursos. Mas, em paralelo, quando o Governo Federal decide por investimentos no estado de São Paulo, ele olha para as regiões que possuem representatividade dentro do congresso. E aqui, temos tantos programas que poderiam estar implementados em nossa região, mas que acabam ficando à margem dos olhos do Governo Federal porque não temos representatividade.

Na época do governo do presidente Lula, quando tínhamos mais deputados federais e uma articulação regional do partido do presidente aqui no ABC, foi um momento de glória para a região, pois vinha uma série de recursos que pararam de vir. Mas não é porque o Bolsonaro é pior do que o Lula que esses recursos não chegam. É porque não temos representantes na Câmara. E se não temos essa representação, quem vai gritar por nós em Brasília? Não é o presidente da república que deixou de olhar pra gente. Quem deixou de olhar para o ABC foi a própria população, que elegeu um monte de deputados de fora e não deu aos representantes daqui a chance de ser nossa voz no orçamento federal. 

RS – Você tem um histórico de atuação social. Seria essa sua principal bandeira em um mandato, caso seja eleito? 

JO – Uma das bandeiras que temos trabalhado de maneira muito firme, diante de uma realidade triste que nosso país vive, que é a questão da proteção à criança. A criança tem sido esquecida dentro dos seus direitos de prioridade no serviço público. O Estatuto da Criança e do Adolescente fala sobre a prioridade absoluta do serviço público para atenção a criança. Mas hoje, andamos em todas as cidades do ABC e vemos crianças pedindo dinheiro no semáforo, crianças vendendo balas, crianças fazendo malabarismo, e ninguém as vê como seres de direito e que precisam de ajuda. As pessoas passam por essas crianças como se elas fossem invisíveis.

Então eu quero trabalhar com a bandeira de mandato, caso eleito, a construção e o fortalecimento de uma rede de proteção à criança para que nossas normas vigentes possam, de fato, fazer a diferença para tirar as crianças das ruas, afastá-las do risco de violência de todo o tipo para que possamos ampliar o número de creches e escolas de período integral, para que possamos, de fato, valorizar os Conselhos Tutelares, que hoje estão sucateados dentro dos municípios. Tudo isso vai ser incorporado neste trabalho pelo fortalecimento e construção de uma rede sólida de proteção à criança. Essa é minha principal bandeira. E queremos também seguir trabalhando com as áreas de geração de emprego e renda, de qualificação e requalificação profissional, para que as pessoas possam voltar ao mercado de trabalho, e de empreendedorismo, que vai ao encontro destes objetivos de salvaguardar nossas crianças e as famílias que estão sofrendo muito com a questão econômica do país. Portanto, minhas metas serão sempre pautadas em quatro pilares: soluções locais para as cidades e bairros, geração de emprego e renda e empreendedorismo, inclusão efetiva das pessoas com deficiência e proteção integral às crianças com fortalecimento dos conselhos tutelares.